martes, 25 de octubre de 2011

398 O MITO DA BELEZA
48 Barnes contra Cos ti e, 561 F. 2d 983 (D.C. Circuit 1977), citado em Tong,
op. cit., p. 81.
49 Mechelle Vinson: Meritor Savings Bank, FSB contra Vlnson, 106 S. Circuit
2399 (1986).
49 Hopkins contra Price-Waterhouse: 141 F.2d 1163; S. Ct., 1775. V. também
Laura Mansuerus, "Unwelcome Partner", The New York Times, 20
de maio de 1990.
50 Nancy Fahdl contra o Departamento de Polícia da Cidade e do Condado
de São Francisco: 741 F.2d 1163, citado em Suzanne Levitt, "Rethinking
Harm: A Feminist Perspective", tese de doutorado não publicada, Yale
University Law School, 1989.
50 Tamini contra Howard Johnson Company, Inc.: citado em ibid.
50 André contra Bendix Corporation: 841 F.2d 7th Circuit, 1988, citado em
ibid.
50 Buren contra a Cidade de East Chicago, Indiana: 799 F.2d 1180 7th Circuit,
1986, citado em ibid.
50 Diaz contra Coleman: Conversa com a advogada Ursula Werner, Yale University
Law School, New Haven, Connecticut, 15 de abril de 1989.
51 M. Schmidt contra Austicks Bookshops, Ltd.: U.K. Industrial Relaüons
Law Reports (IRLR), 1977, pp. 360-361.
51 Jeremiah contra o Ministério da Defesa: 1 Queen's Bench (QB) 1979, p.
87; v. também Assembléia Regional de Strathclyde contra Porcelli, IRLR,
1986, p. 134.
51 Dan Air: v. U.K. EquaJ Opportunities Commission, "Formal Investigation
Report: Dan Air", janeiro de 1987. Dan Air perdeu o processo.
51 Trajes: Maureen Murphy and Eileen Davidson contra Stakis Leisure, Ltd.,
The Industrial Tribunais, Escócia, 1989.
52 Sisley contra Britannia Sccurity Systems, Ltd.: Industrial Court Reports,
1983, pp. 628-636.
52 Snowball contra Gardner Merchant, Ltd.: IRLR, 1987, p. 397; v. também
Balgobin e Francis contra a Administração Regional de Tower Hamlets
em Londres, IRLR, 1987, p. 401.
52 Wileman contra Minilec Engineering, Ltd.: IRLR, 1988, p. 145.
53 200 modelos londrinas: Associação Britânica de Agencias de Modelos.
NOTAS 399
54 Uma mulher de cinqüenta e quatro anos: Hern et ai., op. cit., p. 82.
54 As regras informais: Ibid., p. 149.
54 Contradição: Ibid., p. 143.
55 Violações: Ibid., p. 148.
55 Assédios sexuais: Numa pesquisa entre nove mil leitores de Redbook, 88 %
relataram assédios sexuais no local de trabalho. Hcarn et ai., op. cit., p. 80.
Na Grã-Bretanha, onde não existe uma lei específica que trate do assunto,
86% das gerentes e 66% das funcionárias "haviam presenciado"
assédios sexuais, segundo pesquisa do Alfred Marks Bureau. Um estudo
do Serviço Público Britânico revelou que 70% das funcionárias haviam
passado pela experiência. V. British Society of Civil and Public Servants,
Sexual Harassment: A Trade Union Issue, panfleto, p. 14. Para maiores
informações sobre os assédios sexuais, v. Constance e Leah Cohen, Sexual
Harassment on the Job (Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1982),
e Catharine A. Mackinnon, Sexual Harassment of Working Women (New
Haven, Yale University Press, 1979), em especial o capítulo 3, "Sexual Harassment:
The Experience", pp. 25-55. V. também a p. 17: "Quantos milhares
de empregadores contratam mulheres pela sua atração 'estética'?"
Desde 1981, o número de queixas registradas de assédio sexual quase
dobrou, sendo 94% delas apresentadas por mulheres, a maioria com acusações
graves, i.é., agressão sexual, contato físico ou ameaças de perda
do emprego. Somente 31% dos vereditos foram favoráveis à querelante.
V. David Terpstra, University of Idaho, e Douglas Baker, Washington State
University, citados em "Harassment Charges: Who Wins?", Psychology
Today, maio de 1989.
55 Provocaram os comentários: Nancy DiTomaso, "Sexuality in the Worksplace:
Discrimination and Harassment", em Hearn et. ai., op. cit., p. 78.
Catharine A. MacKinnon cita ura estudo realizado pelo Instituto Unido
das Mulheres Trabalhadoras, no qual as mulheres que haviam sido molestadas
tinham uma "tendência a achar que o incidente fora de sua responsabilidade,
que elas deviam ter feito alguma coisa, enquanto indivíduos,
para suscitar ou estimular aquele comportamento, que aquilo era
'meu problema'. ...Quase um quarto das mulheres numa pesquisa afirmou
se sentir 'culpada'." Mackinnon, Sexual Harassment of Working Women,
p. 47. Os advogados de defesa de acusados de estupro podem, sob
o ponto de vista jurídico, mencionar os trajes "provocantes" de uma mulher
como prova em casos de estupro em todos os estados, à exceção da
Flórida: "Nature of Clothing Isn't Evidence in Rape Cases, Florida Law
Says", The New York Times, 3 de junho de 1990.
56 Sugestões não-verbais ambíguas: Barbara A. Gutek, "Sexuality in the
Workplace: Social Research and Organizational Practise", em Hearn et
ai., op. cit., p. 61.
56 Molloy: citado em Deborah L. Sheppard, "Organizations, Power and Se400
O MITO DA BELEZA
xuality: The Image and Self-Image of Women Managers", em Hearn et
ai., op. cit., p. 150.
56 O traje do sucesso: John T. Molloy, "Instant Clothing Power", The Woman's
Dress for SuccessBook(Nova York, Warner Books, 1977), capítulo 1.
56 Em pé de igualdade: Ibid.
57 Estratégia ultrapassada: Molloy observa que "artigos que defendiam qualquer
tipo de traje para as mulheres eram escritos por representantes da
indústria da moda que não queriam se impor uma camisa-de-força afirmando
que uma peça seria melhor do que outra". Molloy, ibid., p. 27.
57 Pesquisa de Molloy: Ibid., p. 48.
59 Uma considerável minoria de homens: Gutek, op. cit., pp. 63-64.
59 Usar sua aparência: "Eu uso a minha aparência pessoal para alcançar
objetivos no trabalho" é uma frase com a qual mais homens do que mulheres
concordam. Segundo um recente estudo realizado pelo psicólogo
Andrew DuBrin, do Rochester Institute of Technology, entre 300 homens
e mulheres, 22% dos homens usam a sua aparência para progredir, em
comparação com 14% das mulheres; 22% dos homens contra 15% das
mulheres admitem recorrer à manipulação; e 40% dos homens em comparação
com 29% das mulheres usam o charme. Citado em Marjory Roberts,
"Workplace Wiles: Who Uses Beauty and Charm?", Psychology
Today, maio de 1989.
Segundo Barbara A. Gutek, "minhas pesquisas descobriram provas
relativamente insignificantes de que as mulheres rotineiramente ou mesmo
ocasionalmente usam a sua sexualidade para tentar conquistar algum
objetivo dentro da organização. Existe ainda menor comprovação para
a posição de que as mulheres alcançaram o sucesso ou a promoção no
trabalho com o uso da sua sexualidade. ...Em comparação com as mulheres,
os homens podem não só recorrer ao sexo com maior freqüência
no trabalho, como também ter mais sucesso ao fazê-lo!" [Hearn et ai.,
op. cit., pp. 63-64.]
63 Elegância profissional: Levitt, op. cit., pp. 31-34.
63 Todos os registros remanescentes: Miles, op. cit., p. 155.
63 Mulheres nos Estados Unidos em 1984: Sidel, op. cit., p. 61.
63 Estimativas... de 54 a...: Ibid.
63 Na Grã-Bretanha: Hewlett, ibid.
64 Valorização pessoal: Rosabeth Kanter, v. Men and Women ofthc Corporation
(Nova York, Basic Books, 1977), citado em Sidel, op. cit., p. 62.
NOTAS 401
64 Não têm certeza de seu valor: Ibid., p. 63.
64 20 entre 420 ocupações: Ibid., p. 61.
64 Arlie Hochschild concluiu: V. Hearn et ai., op. cit.; v. também Hochschild
com Machung, op. cit.
65 A melhor opção econômica: Catharine A. Mackinnon, Feminism Unmodifíed:
Discourses on Life and Law(Cambridge, Mass., Harvard University
Press, 1987) pp. 24-25, citando Priscilla Alexander, Força-Tarefa da
NOW sobre a prostituição; o gigolô fica com grande parte ou a maior
parte desse valor. V. também Moira K. Griffin, " Wives, Hookers and the
Law", StudentLawyer, janeiro de 1982, p. 18, citado em Mackinnon, ibid.,
p. 238.
65 O dobro: Ibid., p. 238.
65 Remuneração da Miss América: Ellen Goodman, "Miss America Gets Phonier",
The Stockton (Calif.) Record, 19 de setembro de 1989.
66 "Grandes dúvidas": Liz Friedrich, "How to Save Yourself from Financial
Ruin", The Observer (Londres), 21 de agosto de 1988.
67 Mina Shoemaker: Tong, op. cit., p. 84.
67 Desse tipo de imagens: Tong, ibid. V. também Zillah R. Eisenstein, The
Female Body and the Law (Berkeley, Calif., University of Califórnia Press,
1988).
67 Está sendo feita uma comparação direta: v. Strathclyde contra Porcelli
op. cit.
67 "Mulher nua no cartaz": ibid.
68 "Terno de lã cinza": Maureen Orth, "Looking Good at Any Cost", New
York Woman, junho de 1988.
69 Discriminação pela renda. Ibid. Orth cita outros exemplos de despesas.
Sessões de ginástica personalizada, 1.240 dólares por mês. Retin-A, seis
consultas com a dermatologista a 75 dólares cada. "Reconstrução" elétrica
do rosto de Janet Sartin, 2.000 dólares por série que dura seis meses.
"As executivas agora consideram o ato de se cuidar uma despesa profissional
legítima", escreve Orth. "A manutenção pessoal invadiu o código
tributário." "Models and Prostitutes", em Mackinnon, Feminism Unmodified,
p. 24.
69 Mulheres em cargo de vice-presidente: Wallis, op. cit.
69 Cansaço: Deborah Hutton, "The Fatigue Factor", Vogue britânica, outubro
de 1988.
402 O MITO DA BELEZA
70 Probabilidade de 60% de ser pobre: Hewlett, op. cit.
70 Uma americana idosa: Sidel, op. cit.
70 Na Grã-Bretanha: Taylor et ai., op. cit., p. 14. Os benefícios pagos às idosas
britânicas estão descritos em U.K. Equal Opportunities Commission,
1986. The Fact About Women Is...
11 A alemã média que se aposenta: Taylor et ai., op. cit., p. 34.
71 Previdência privada: Sidel, op. cit., p. 161.
71 No ano 2000: Taylor et ai., op. cit., p. 11, citando a Conferência das Nações
Unidas sobre o Envelhecimento, Viena, 1982.
71 Há tempo suficiente: Hewlett, op. cit.
74 Nunca parava de tentar: MacKinnon, Feminism Unmodifíed, p. 227. "As
mulheres", observa também MacKinnon, "são recompensadas ao acaso
e punidas sistematicamente por serem mulheres. Nós não somos recompensadas
sistematicamente e punidas ao acaso, como geralmente se supõe."
A CULTURA
Página
76 Mulheres anônimas: v. Marina Warner, Monuments and Maidens: The
AUegory of the Female Forrn (Londres, Weidenfield and NichoJson, 1985).
76 Os homens olham: John Berger, Ways ofSeeing (Londres, Penguin Books,
1988), p. 47.
78 Essa tradição: Jane Austen, Emma (1816) (Nova York e Londres, Penguin
Classics, 1986), p. 211; George Eliot, Middlemarch (1871-1872) (Nova York
e Londres, Penguin Books, 1984); Jane Austen, Mansfíeld Park (1814) (Nova
York e Londres, Penguin Classics, 1985); John Davie, ed., Jane Austen,
Northanger Abbey, LadySusan, The Watsons and Sanditon (Oxford, Oxford
University Press, 1985); Charlotte Brontê, Villeüe (1S52) (Nova York
e Londres, Penguin Classics, 1986), p. 214; Louisa May Alcott, Little Women
(1868-1869) (Nova York, Baniam Books, 1983), p. 237; v. também
Alison Lurie, Foreign Affairs (Londres, Michael Joseph, 1985); Fay Weldon,
The Life and Loves of a She-Devil (Londres, Hodder, 1984); Anita
Brookner, Look at Me (Londres, Jonathan Cape, 1984).
80 Felação e sentimentalismo: "Bookworm", Private Eye, 19 de janeiro de
1989.
81 Fugindo ao controle: Peter Gay, The Bourgcois Expericncc: Victoria to
NOTAS 403
Freud, Volume II: The Tender Passion (Nova York, Oxford University Press,
1986), p. 99. Em 1879 foram criados Radcliffe Annexe cm Harvard e Somerville
College e Lady Margaret Hall em Oxford. A Universidade de Cambridge
abriu cursos para mulheres em 1881.
81 Cinqüenta mil exemplares: Janice Winship, Inside Womcn's Magazines,
(Londres, Pandora Press, 1987), p. 7.
81 A imprensa colaborou: John Q. Costello, Love, Scx and War: Changing
Values, 1939-1945 (Londres, Collins, 1985).
84 Eu ideal: Cynthia White, Women'sMagazines, 1963-1968, citado em Ann
Oakley, Housewife: High Value/Low Cost (Londres, Penguin Books, 1987),
p. 9.
84 Betty Friedan: Friedan, "The Sexual Sell", em The Feminine Mystique
(Londres, Penguin Books, 1982), pp. 13-29. Todas as citações alé a página
67 são dessa fonte.
85 A renda da publicidade de "cosméticos/artigos de toalete": Magazine Pubüshers
of America, "Magazine Advertising Revenue by Class Totais,
January-December 1989", Information Bureau, A.H.B., janeiro de 1990.
87 Já não estavam mais gastando tanto com roupas: Robcrta Pollack Seid,
Never Too Thin (Nova York, Prentice-Hall, 1989).
87 Estilo para todos: Elizabeth Wilson e Lou Taylor, Through thc Looking
Glass: A History ofDress from 1860 to the Present Day (Londres, BBC
Books, 1989), p. 193.
87 Uma forte queda: Marjorie Ferguson, Forever Feminine: Women's Magazines
and the Cult ofFemininity(Gower, Inglaterra, AJdershot, 1983), p. 27.
"Qual foi o papel das revistas femininas em tudo isso [nos compromissos
do feminismo]?", perguntou Ferguson. "A maioria dos editores,
ocupados tentando resolver o problema de como atingir melhor o público
ou de como evitar a queda na circulação, tinham consciência de que
alguma mudança estava acontecendo fora dos seus escritórios, mas muitas
vezes lhes faltava a informação sistemática sobre a natureza e a extensão
dessas mudanças. ...Alguns editores relacionavam o fato de as mulheres
estarem saindo para trabalhar com a redução do 'tempo' para as
revistas femininas e da 'necessidade* delas.
' "E ainda temos a questão de as mulheres saírem para trabalhar fora.
Quando se trabalha fora, tem-se menos tempo; as suas necessidades
são diferentes, e talvez pudessem até ser atendidas pela televisão, pelos
jornais ou pelo jornal de programação da televisão.' (Editor de uma publicação
semanal para mulheres)."
Helen Gurley Brown, editora de Cosmopolitan, aumentou a sua circulação
de 700.000 em 1965 para 2.890.000 exemplares por mês em 1981.
De acordo com Brown, "Cosmopolitan é a sofisticada irmã mais velha
de todas as moças. ...Cosmopolitan diz que você pode conseguir o que
404 O MITO DA BELEZA
quiser se realmente se esforçar, se não ficar esperando sentada com o nariz
colado no vidro da janela. ...Nós mantemos nosso perfil, um artigo
sobre a saúde, um sobre o sexo, dois sobre emoções... um sobre o relacionamento
entre homem e mulher, um sobre carreiras, um conto e um trecho
de alguma importante obra de ficção, assim como nossas colunas de
sempre." Citado em Ferguson, p. 37.
88 O Visual Nu: Seid, op. cit., p. 217.
88 Número de artigos relacionados a dietas aumentou cm 70%; ibid., p. 236.
88 Para 66 no mês de janeiro: ibid.
88 300 livros sobre dietas à venda: ibid.
89 Espécie híbrida, meio homem, meio mulher: Gay, op. cit., p. 227.
89 O senador Lane: ibid.
89 Mulheres degeneradas: ibid. V. também Barbara Ehrenreich e Deirdre English,
Complaints and Disorders: The Sexual Politics of Sickness (Old Westbury,
N.Y., City University of New York, Feminist Press, 1973).
89 As feministas eram criticadas: Gay, op. cit., p. 227.
89 A inveja não leva a nenhum lugar: Mareia Cohcn, The Sistcrhood:
The Inside Story of the Women's Movemcnt and the Leaders Who
Made It Happen (Nova York, Fawcett Columbinc, 1988), p. 151; citações
de Commentary e de The New York Times, também de Cohen,
ibid., p. 261.
89 Um monte de mulheres feias: ibid., p. 261.
89 Pete Hamill: citado em Cohen, p. 287.
90 Norman Mailer: citado em Cohen, p. 290.
90 As MULHERES ESTÃO SE REBELANDO: ibid., p. 205.
93 Rios e córregos: ibid., pp. 82-83, 133.
96 Mal informada: April Fallon e Paul Rozin, "Sex Differences in Perceptors
of Body Size", Journal of Abnormal Psychology, vol. 92, n? 4 (1983).
"Nossos dados sugerem que as mulheres estão mal informadas e exageram
o grau de magreza desejado pelos homens."
96 A confiança: Cohen, op. cit., p. 91.
97 Orgulho de sua identidade: citado em J. Winship, op. cit., p. 7.
NOTAS 405
102 Fragilidade da palavra: Lewis Lapham, Money and Class in America: Notes
on the Civil Religion (Londres, Picador, 1989), p. 283.
102 Leitores como um mercado: Lawrence Zuckerman, "\Vho's Minding the
Newsroom?", Time, 28 de novembro de 1988.
102 Watergate: Thomas Winship, ex-editor de The Boston Globe, citado cm
Zuckerman, op. cit.
102 Vender produtos: Daniel Lazare, "Vanity Fare", Columbia Journalism Rcview
(maio/junho de 1990), pp. 6-8.
102 Atmosfera: ibid., pp. 6-8. Lazare ressalta que uma revista americana, Vanity
Fair, proporciona cobertura elogiosa a gigantes da moda e dos cosméticos.
Somente na edição de setembro de 1988, esses beneficiários da
promoção editorial compraram cinqüenta páginas de anúncios a ate
US$25.000 por página.
103 650 anúncios por semana: Mark Muro, "A New Era of Eros in Advertising",
The Boston Globe, 16 de abril de 1989.
103 Destruir a resistência: ibid.
103 A pornografia ...sete bilhões de dólares por ano: Mackinnon, Fcminism
Unmodifíed, op. cit., citando Galloway e Thornton, "Crackdown on Pornography
— A No-Win Battle", U.S. News and World Rcport, 4 de junho
de 1984; v. também Catherine Itzin e Corinne Sweet, da Campanha contra
a Pornografia e Censura na Grã-Bretanha, "What Should Wc Do About
Pornography?", Cosmopolitan britânica, novembro de 1989; J. Cook, "The
X-Rated Economy", Forbes, 18 de setembro de 1978 (4 bilhões de dólares
por ano); "The Place of Pornography", Harper's, novembro de 1984 (7
bilhões de dólares por ano).
Nos últimos quinze anos, esse setor cresceu 1.600 vezes c tem agora
mais pontos de venda do que a rede McDonald's. V. Jane Caputi, The
Age of Sex Crime (Bowling Green, Ohio, Bowling Green State University,
Popular Press, 1987).
103 Somente nos Estados Unidos, um milhão de dólares por dia: Consumer
Association of Penang, Abuse of Women in the Media (Oxford, Oxford
University Press, 1985), citado em Debbie Taylor et ai., Women: A World
Report (Oxford, Oxford University Press, 1985), p. 67.
103 Revistas britânicas, Angela Lambert, "Amid the Alien Porn", The Independem,
1? de julho de 1989.
104 A pornografia sueca: Gunilla Bjarsdal. Estocolmo, Legenda Publishing
Research, 1989.
104 18 milhões de homens americanos: Taylor et ai., op. cit., p. 67.
104 Um norte-americano em cada dez: John Crewdson, By Silcnce Bctraycd:
Sexual Abuse of Children (Nova York, Harper & Row, 1988), p. 249.
406 O MITO DA BELEZA
104 Mais lidas no Canadá: Caputi, op. cit., p. 74.
104 Pornografia na Itália: Instituto de Estudos Econômicos c Políticos, Itália;
pesquisa realizada por Mondadori Publishing, 1989.
104 Cada vez mais violenta: V. Andréa Dworkin, Pornography: Men Possessing
Womcn(Nova York, Putnam, 1981), em especial "Objccts", pp. 101-128. A
respeito de Herschel Gordon Lewis, v. Caputi, op. cit., p. 91. Quanto à concorrência
com a pornografia, v. também Tony Garnett, diretor de Handgun,
Weintraub Enterprises, citado em "Rape: That's Entertainmcnt?", Jane
Mills, produtora, Omnibus, BBC1,15 de setembro de 1989. Segundo Garnett,
"um dos motivos pelosVquais um filme como esse é provavelmente financiado
reside no fato de ela girar em torno de uma cena de estupro. Houve...
considerável pressão dos diversos distribuidores que o controlavam. A
maioria das pessoas envolvidas ficou muito decepcionada com o filme, particularmente
com o estupro porque ele não era excitante e me perguntaram
se eu não tinha algumas cenas cortadas que pudéssemos reaproveitar para
torná-lo mais excitante porque é isso que dá bilheteria".
104 30% da programação provêm dos Estados Unidos: "Stars and Stripes
Everywhere", The Observer, 8 de outubro de 1989.
104 71% importados: Paul Harrison, Inside the Third World: The Anatomy
of Poverty (Londres, Penguin Books, 1980).
104 Número de aparelhos de televisão na índia: Edward W. Desmond, "Puppies
and Consumer Boomers", Time, 14 de novembro de 1989. (Em 1984,
anunciantes indianos começaram a patrocinar programas.)
104 A desregulamentação internacional das ondas de rádio: o governo holandês
está preocupado com,a televisão comercial e a pornografia de Luxemburgo
via satélite. Alguns ministros europeus crêem que "até o fim da
próxima década os impérios da mídia controlados pelos Estados Unidos
exercerão domínio total sobre a radiodifusão mundial". [John Palmer, "European
Ministers Divided Over US 'Media Imperialism'", The Guardian,
3 de outubro de 1989.]
Em "Review and Appraisal: Communication and Media", trabalho
apresentado à Conferência Mundial para Examinar e Avaliar os Resultados
da Década das Nações Unidas pelas Mulheres, Nairóbi, 1985
(A/CONF. 116/5), uma pesquisa internacional concluiu que na mídia há
pouca representação das transformações dos papéis femininos. No México,
as mulheres são "a alma do lar" ou o "objeto sexual". Na Turquia,
a mulher típica na mídia é "a mãe, esposa, símbolo sexual"; a Costa do
Marfim realça seu "charme, beleza, frivolidade, fragilidade". Citado em
Taylor et ai., op. cit., p. 78.
105 Nove bilhões de dólares: "Stars and Stripes Everywhere", op. cit.
105 Guerra de ostentação: "You Must Be Joking", The Guardian, 10 de outubro
de 1989.
NOTAS 407
105 Liberdades contraditórias: Cynthia Cockburn, "Second Among Equals",
Marxism Today, julho de 1989.
105 Glamoun v. David Remnick, "From Rússia with Lycra", Gentlemen's
Quarterly, novembro de 1988.
105 Reform: David Palliser, The Guardian, 16 de outubro de 1989.
105 Negoda: "From Rússia with Sex", Newsweek, 17 de abril de 1989.
105 China: v. "The Queen of the Universe", Newsweek, 6 de junho de 1988.
105 Tatiana Mamanova: citado em Caputi, op. cit., p. 7.
106 Silêncios: J. Winship, op. cit., p. 40.
106 Parecessem inteligentes: Penny Chorlton, Cover-up: Taking the Lid Off
the cosmetics Industry (Wíllingborough, Grã-Bretanha, Grapevine, 1988),
p. 47; também Gloria Steinem, "Sex, Lies and Advertising", Ms., setembro
de 1990.
106 Pressão de anunciantes... cabeças grisalhas: Michael Hoyt, "When the
Walls Came Tumbling Down", Columbia Journalism Review, março/abril
de 1990, pp. 35-40.
106 Steinem: v. Gloria Steinem, Outrageous Acts and Evcryday Rebclions (Nova
York, Holt, Rinehart and Winston, 1983), p. 4.
107 Não durante a sua vida: Marilyn Webb, "Gloria Leaves Home", New York
Woman, julho de 1988.
107 Dez presidentes: Lisa Lebowitz, "Younger Every Day", Harper's Bazaar,
agosto de 1988.
107 Mais em publicidade: Chorlton, op. cit., p. 46.
108 Ações de indústrias de cosméticos; Standard and Poor's Industry Surveys
(Nova York, Standard and Poor's Corp., 1988). Nos Estados Unidos, em
1987, a indústria de produtos de higiene pessoal, artigos de toalete e cosméticos
somou US$18,5 bilhões, com os cosméticos compondo 27% do
total; v. Robin Marantz Henig, "The War on Wrinkks", New Woman,
junho de 1988.
Grande parte do crescimento se deve aos baixos preços dos derivados
do petróleo, em especial do etanol, que é a base da maior parte dos
produtos. "Um importante fator subjacente ao desempenho do setor",
segundo Standard and Poor's Industry Surveys de 1988, "vem sendo a
relação favorável entre custos e preços."
108 Editoras de beleza: Chorlton, "Publicity Disguised as Editorial Matter",
em Cover-up, op. cit., pp. 46-47.
408 O MITO DA BELEZA
108 Dalma Heyn: Pat Duarte, "Older, but Not Invisible", Womcn's Center
News (Centro de Mulheres do Condado de San Joaquin, Calif.), vol. 12,
n.° 12 (agosto de 1988), pp. 1-2.
108 Bob Ciano: citado em ibid., p. 2.
110 Renda publicitária: uma única edição de Harper's and Queen, em outubro
de 1988, trazia o equivalente a cem mil libras esterlinas em anúncios
da indústria de cosméticos: Gerald McKnight, The Skin Game: The International
Beauty Business Brutally Exposed (Londres, Sidgwick and Jackson,
1987), p. 65.
110 Orçamento publicitário depende dos alimentos dietéticos: Magazine Publishers
of America, op. cit.
A RELIGIÃO
Página
114 Reze e o peso desaparece!: Roberta Pollack Seid, Never Too Thin (Nova
York, Prentice Hall, 1989), p. 107.
116 Tradição: v. Carol Gilligan, Uma Voz Diferente: Psicologia da Diferença
entre Homens e Mulheres da Infância à Idade Adulta. (Rio de Janeiro,
Rosa dos Tempos, 1990).
118 Bendita ... entre as mulheres: missal da igreja católica romana.
119 Valor excedia o dos rubis: Provérbios 3:10-31.
119 Havia mais mulheres do que homens: Nancy F. Cott, The Bonds of Womanhood:
Woman's Sphere in NewEngland, 1780-1835(New Havcn, Yale
University Press, 1977), p. 126.
119 Ministro: v. Ann Douglas, The Feminization of American Culture (Nova
York, Knopf, 1977).
120 Harriet Martineau: Cott, op. cit., p. 138.
120 Morfologia: ibid., p. 139.
121 A história da criação: Gênese, 2:21-23.
122 Sede ... perfeitos: Mateus 5:48
122 Wilson: citado em Gerald McKnight, The Skin Game: The International
Beauty Business Brutally Exposed (Londres, Sidgwick & Jackson, 1989),
p. 158.
NOTAS 409
122 Segunda classe: Oscar Wilde, Lecture on Art, citado em Richard Ellman,
Oscar Wilde (São Paulo, Companhia das Letras, 1989).
122 Não há homem nem mulher: Epístola aos Gaiatas 3:28.
123 Homens encaram os seus de forma... positiva: Daniel Goleman, "Science
Times", The New York Times, 15 de março de 1989, citando April Fallon
e Paul Rozin, "Sex Differences in Perceptors of Body Size", Journal
of Abnormal Psychology, vol. 4 (1983). V. também John K. Colüns et ai.,
"Body Percept Change in Obese Females After Weight Loss Reduction
Therapy", Journal of Clinicai Psychology, vol. 39 (1983): Todas as sessenta
e oito mulheres entre os dezoito e os sessenta e cinco anos de idade
se consideraram mais gordas do que realmente eram.
123 Extremamente insatisfeito: "Staying Forever Young", San Francisco Chronicle,
12 de outubro de 1988.
123 Maioria feminina dos inscritos em programas para perda de peso: v. Eva
Szekely, Never Too Thin (Toronto, The Women's Press, 1988).
124 Convenção: "Views on Beauty: When Artists Meet Surgeons", The New
York Times, 20 de junho de 1988.
124 Fragen: Ronald Fragen, "The Holy Grail of Good Looks", The New York
Times, 29 de junho de 1988.
124 Rees: Dr. Thomas Rees com Sylvia Simmons, More Than Just a Pretty
Face: How Cosmetic Surgery Can Improve Your Looks and Your Life (Boston,
Little, Brown, 1987), p. 63.
124 Niôsome: Anúncio do Niôsome Système Anti-Age.
126 Kim Chernin: v. The Obsession: Reflections on the Tyranny of Slenderness
(Nova York, Harper & Row, 1981), p. 39.
127 Tabus da menstruação: Rosalind Miles, The Women's History of the World
(Londres, Grafton Books, 1988), pp. 108-109.
129 Vigilância: Elaine Showalter, The Femaíe Malady: Women, Madness and
English Culture, 1830-1980 (Nova York, Pantheon Books, 1985), p. 212.
130 Vigiai, pois: Marcos 13:35.
130 Fique parada em pé: Alexandra Cruikshank et ai., Positively Beautiful:
Everywoman's Guide do Face, Figure and Fitness (Sydney e Londres, Bay
Books, 1988), p. 25.
131 Almas: Cott, op. cit, p. 136.
131 Richard Stuart: Seid, op. cit., pp. 169-170.
410 O MITO DA BELEZA
134 Dores de morte: Salmo 116.
139 Os homens interrompem as mulheres: Dale Spender, Man Madc Language
(Londres e Nova York, Routledge and Kegan Paul, 1985). V. também
Laura Shapiro, "Guns and Dolls", Newsweek, 28 de maio de 1990, e Edward
B. Fiske, "Even at a Former Women's College, Men Are Takcn More
Seriously, A Researcher Finds", The New York Times, 11 de abril de 1990.
141 Hipnolizadorcs e recrutadores profissionais de adeptos para seitas: Willa
Appel, Cults in America: Programmed for Paradise (Nova York, Holt,
Rinehart & Winston, 1983).
144 Olhem fixamente: todas as citações de membros de seitas são de Appel, ibid.
143 Vigarice em grande escala: McKnight, op. cit., p. 20.
144 Herstein: ibid., pp. 24-25.
145 Profissionais da indústria: citado em ibid., p. 74.
145 Roddick: citado em ibid., pp. 55-56.
145 Disney: citado em ibid., p. 17.
145 Sugiyama: citado em ibid., p. 4.
145 Kligman: ibid., p. 39.
145 FDA: ibid., pp. 17-29.
147 Punir ninguém: Deborah Blumenthal, "Softer Sell in Ads for Bcauty Products",
The New York Times, 23 de abril de 1988, p. 56.
148 Rejuvenescimento: British Code of Advertising, Section Cl. 5.3.
148 Serviço de creches: Felicity Barringer, "Census Reporí Shows a Rise in
Child Care and Its Costs", The New York Times, 16 de agosto de 1990.
151 As mulheres estão mesmo sob ataque... 44% v. Diana E. H. Russell, Rape:
The Victim's Perspective (Nova York, Stein & Day, 1975).
151 21% ... violência física: Angela Browne, When Battercd Womcn Kill(Nova
York, Free Press, 1987), pp. 4-5.
151 Uma mulher britânica em cada sete é violentada: Ruth E. Hall, Ask Any
Woman: A London Inquiry into Rape and Assault (Bristol, Grã-Bretanha,
Falling Wall Press, 1985).
152 O padrão de vida cai: Lenore Weitzman, "Social and Economic Consequences
of Property, Alimony and Child Support Awards", University of
NOTAS 411
Califórnia Los Angeles Law Review, vol. 28 (1982), pp. 1118-1251.
152 Pensão: v. Ruth SideJ, Women and Children Last: The Plight ofPoor Women
in Affluent America (Nova York, Penguin Books, 1987), p. 104.
152 A renda média: ibid., p. 18.
152 Assédios: v. Catharine A. MacKinnon, Sexual Harassment of Working
Women: A Case of Sex Discríminatíon (New Haven, Yale University Press,
1979); também Rosemarie Tong, Women, Sex and the Law (Totowa, N.J.,
Rowman and Littlefield, 1984).
152 As mulheres ganham...: Sidel, op. cit., p. 17.
153 O número de divórcios: Debbie Taylor et ai., Women: A World Report
(Oxford, Oxford University Press, 1985), p. 13.
155 Alimentos: Linda Wells, "Food for Thought", The New York Times Magazine,
30 de julho de 1989.
157 La Prairie: Anthea Gerrie, "Ihject a Little Fun into Your Marriage", "Male
and Femail", Mail on Sunday, 1988.
158 Células fetais: McKnight, op. cit., p. 84.
158 Preços: citado em Linda Wells, "Prices: Out of Sight", The New York
Times Magazine, 16 de julho de 1989.
158 Custo do produto: citado em McKnight, op. cit., p. 66.
159 Seitas: Appel, op. cit., pp. 113-137. V. também Chernin, op. cit., pp. 35-36,
a respeito de seitas.
161 Põe uma guarda: baseado no Salmo 141:3.
164 Vigilantes do Peso: estatísticas internacionais dos vigilantes do peso, Viva
holandesa, setembro de 1989.
165 Appel, op. cit., pp. 1-21.
165 Ibid., p. 31.
166 Ibid., p. 50.
166 Ibid., p. 59.
167 Ibid., p. 61.
167 Ibid., p. 64.
398 O MITO DA BELEZA
48 Barnes contra Cos ti e, 561 F. 2d 983 (D.C. Circuit 1977), citado em Tong,
op. cit., p. 81.
49 Mechelle Vinson: Meritor Savings Bank, FSB contra Vlnson, 106 S. Circuit
2399 (1986).
49 Hopkins contra Price-Waterhouse: 141 F.2d 1163; S. Ct., 1775. V. também
Laura Mansuerus, "Unwelcome Partner", The New York Times, 20
de maio de 1990.
50 Nancy Fahdl contra o Departamento de Polícia da Cidade e do Condado
de São Francisco: 741 F.2d 1163, citado em Suzanne Levitt, "Rethinking
Harm: A Feminist Perspective", tese de doutorado não publicada, Yale
University Law School, 1989.
50 Tamini contra Howard Johnson Company, Inc.: citado em ibid.
50 André contra Bendix Corporation: 841 F.2d 7th Circuit, 1988, citado em
ibid.
50 Buren contra a Cidade de East Chicago, Indiana: 799 F.2d 1180 7th Circuit,
1986, citado em ibid.
50 Diaz contra Coleman: Conversa com a advogada Ursula Werner, Yale University
Law School, New Haven, Connecticut, 15 de abril de 1989.
51 M. Schmidt contra Austicks Bookshops, Ltd.: U.K. Industrial Relaüons
Law Reports (IRLR), 1977, pp. 360-361.
51 Jeremiah contra o Ministério da Defesa: 1 Queen's Bench (QB) 1979, p.
87; v. também Assembléia Regional de Strathclyde contra Porcelli, IRLR,
1986, p. 134.
51 Dan Air: v. U.K. EquaJ Opportunities Commission, "Formal Investigation
Report: Dan Air", janeiro de 1987. Dan Air perdeu o processo.
51 Trajes: Maureen Murphy and Eileen Davidson contra Stakis Leisure, Ltd.,
The Industrial Tribunais, Escócia, 1989.
52 Sisley contra Britannia Sccurity Systems, Ltd.: Industrial Court Reports,
1983, pp. 628-636.
52 Snowball contra Gardner Merchant, Ltd.: IRLR, 1987, p. 397; v. também
Balgobin e Francis contra a Administração Regional de Tower Hamlets
em Londres, IRLR, 1987, p. 401.
52 Wileman contra Minilec Engineering, Ltd.: IRLR, 1988, p. 145.
53 200 modelos londrinas: Associação Britânica de Agencias de Modelos.
NOTAS 399
54 Uma mulher de cinqüenta e quatro anos: Hern et ai., op. cit., p. 82.
54 As regras informais: Ibid., p. 149.
54 Contradição: Ibid., p. 143.
55 Violações: Ibid., p. 148.
55 Assédios sexuais: Numa pesquisa entre nove mil leitores de Redbook, 88 %
relataram assédios sexuais no local de trabalho. Hcarn et ai., op. cit., p. 80.
Na Grã-Bretanha, onde não existe uma lei específica que trate do assunto,
86% das gerentes e 66% das funcionárias "haviam presenciado"
assédios sexuais, segundo pesquisa do Alfred Marks Bureau. Um estudo
do Serviço Público Britânico revelou que 70% das funcionárias haviam
passado pela experiência. V. British Society of Civil and Public Servants,
Sexual Harassment: A Trade Union Issue, panfleto, p. 14. Para maiores
informações sobre os assédios sexuais, v. Constance e Leah Cohen, Sexual
Harassment on the Job (Englewood Cliffs, N.J., Prentice-Hall, 1982),
e Catharine A. Mackinnon, Sexual Harassment of Working Women (New
Haven, Yale University Press, 1979), em especial o capítulo 3, "Sexual Harassment:
The Experience", pp. 25-55. V. também a p. 17: "Quantos milhares
de empregadores contratam mulheres pela sua atração 'estética'?"
Desde 1981, o número de queixas registradas de assédio sexual quase
dobrou, sendo 94% delas apresentadas por mulheres, a maioria com acusações
graves, i.é., agressão sexual, contato físico ou ameaças de perda
do emprego. Somente 31% dos vereditos foram favoráveis à querelante.
V. David Terpstra, University of Idaho, e Douglas Baker, Washington State
University, citados em "Harassment Charges: Who Wins?", Psychology
Today, maio de 1989.
55 Provocaram os comentários: Nancy DiTomaso, "Sexuality in the Worksplace:
Discrimination and Harassment", em Hearn et. ai., op. cit., p. 78.
Catharine A. MacKinnon cita ura estudo realizado pelo Instituto Unido
das Mulheres Trabalhadoras, no qual as mulheres que haviam sido molestadas
tinham uma "tendência a achar que o incidente fora de sua responsabilidade,
que elas deviam ter feito alguma coisa, enquanto indivíduos,
para suscitar ou estimular aquele comportamento, que aquilo era
'meu problema'. ...Quase um quarto das mulheres numa pesquisa afirmou
se sentir 'culpada'." Mackinnon, Sexual Harassment of Working Women,
p. 47. Os advogados de defesa de acusados de estupro podem, sob
o ponto de vista jurídico, mencionar os trajes "provocantes" de uma mulher
como prova em casos de estupro em todos os estados, à exceção da
Flórida: "Nature of Clothing Isn't Evidence in Rape Cases, Florida Law
Says", The New York Times, 3 de junho de 1990.
56 Sugestões não-verbais ambíguas: Barbara A. Gutek, "Sexuality in the
Workplace: Social Research and Organizational Practise", em Hearn et
ai., op. cit., p. 61.
56 Molloy: citado em Deborah L. Sheppard, "Organizations, Power and Se400
O MITO DA BELEZA
xuality: The Image and Self-Image of Women Managers", em Hearn et
ai., op. cit., p. 150.
56 O traje do sucesso: John T. Molloy, "Instant Clothing Power", The Woman's
Dress for SuccessBook(Nova York, Warner Books, 1977), capítulo 1.
56 Em pé de igualdade: Ibid.
57 Estratégia ultrapassada: Molloy observa que "artigos que defendiam qualquer
tipo de traje para as mulheres eram escritos por representantes da
indústria da moda que não queriam se impor uma camisa-de-força afirmando
que uma peça seria melhor do que outra". Molloy, ibid., p. 27.
57 Pesquisa de Molloy: Ibid., p. 48.
59 Uma considerável minoria de homens: Gutek, op. cit., pp. 63-64.
59 Usar sua aparência: "Eu uso a minha aparência pessoal para alcançar
objetivos no trabalho" é uma frase com a qual mais homens do que mulheres
concordam. Segundo um recente estudo realizado pelo psicólogo
Andrew DuBrin, do Rochester Institute of Technology, entre 300 homens
e mulheres, 22% dos homens usam a sua aparência para progredir, em
comparação com 14% das mulheres; 22% dos homens contra 15% das
mulheres admitem recorrer à manipulação; e 40% dos homens em comparação
com 29% das mulheres usam o charme. Citado em Marjory Roberts,
"Workplace Wiles: Who Uses Beauty and Charm?", Psychology
Today, maio de 1989.
Segundo Barbara A. Gutek, "minhas pesquisas descobriram provas
relativamente insignificantes de que as mulheres rotineiramente ou mesmo
ocasionalmente usam a sua sexualidade para tentar conquistar algum
objetivo dentro da organização. Existe ainda menor comprovação para
a posição de que as mulheres alcançaram o sucesso ou a promoção no
trabalho com o uso da sua sexualidade. ...Em comparação com as mulheres,
os homens podem não só recorrer ao sexo com maior freqüência
no trabalho, como também ter mais sucesso ao fazê-lo!" [Hearn et ai.,
op. cit., pp. 63-64.]
63 Elegância profissional: Levitt, op. cit., pp. 31-34.
63 Todos os registros remanescentes: Miles, op. cit., p. 155.
63 Mulheres nos Estados Unidos em 1984: Sidel, op. cit., p. 61.
63 Estimativas... de 54 a...: Ibid.
63 Na Grã-Bretanha: Hewlett, ibid.
64 Valorização pessoal: Rosabeth Kanter, v. Men and Women ofthc Corporation
(Nova York, Basic Books, 1977), citado em Sidel, op. cit., p. 62.
NOTAS 401
64 Não têm certeza de seu valor: Ibid., p. 63.
64 20 entre 420 ocupações: Ibid., p. 61.
64 Arlie Hochschild concluiu: V. Hearn et ai., op. cit.; v. também Hochschild
com Machung, op. cit.
65 A melhor opção econômica: Catharine A. Mackinnon, Feminism Unmodifíed:
Discourses on Life and Law(Cambridge, Mass., Harvard University
Press, 1987) pp. 24-25, citando Priscilla Alexander, Força-Tarefa da
NOW sobre a prostituição; o gigolô fica com grande parte ou a maior
parte desse valor. V. também Moira K. Griffin, " Wives, Hookers and the
Law", StudentLawyer, janeiro de 1982, p. 18, citado em Mackinnon, ibid.,
p. 238.
65 O dobro: Ibid., p. 238.
65 Remuneração da Miss América: Ellen Goodman, "Miss America Gets Phonier",
The Stockton (Calif.) Record, 19 de setembro de 1989.
66 "Grandes dúvidas": Liz Friedrich, "How to Save Yourself from Financial
Ruin", The Observer (Londres), 21 de agosto de 1988.
67 Mina Shoemaker: Tong, op. cit., p. 84.
67 Desse tipo de imagens: Tong, ibid. V. também Zillah R. Eisenstein, The
Female Body and the Law (Berkeley, Calif., University of Califórnia Press,
1988).
67 Está sendo feita uma comparação direta: v. Strathclyde contra Porcelli
op. cit.
67 "Mulher nua no cartaz": ibid.
68 "Terno de lã cinza": Maureen Orth, "Looking Good at Any Cost", New
York Woman, junho de 1988.
69 Discriminação pela renda. Ibid. Orth cita outros exemplos de despesas.
Sessões de ginástica personalizada, 1.240 dólares por mês. Retin-A, seis
consultas com a dermatologista a 75 dólares cada. "Reconstrução" elétrica
do rosto de Janet Sartin, 2.000 dólares por série que dura seis meses.
"As executivas agora consideram o ato de se cuidar uma despesa profissional
legítima", escreve Orth. "A manutenção pessoal invadiu o código
tributário." "Models and Prostitutes", em Mackinnon, Feminism Unmodified,
p. 24.
69 Mulheres em cargo de vice-presidente: Wallis, op. cit.
69 Cansaço: Deborah Hutton, "The Fatigue Factor", Vogue britânica, outubro
de 1988.
402 O MITO DA BELEZA
70 Probabilidade de 60% de ser pobre: Hewlett, op. cit.
70 Uma americana idosa: Sidel, op. cit.
70 Na Grã-Bretanha: Taylor et ai., op. cit., p. 14. Os benefícios pagos às idosas
britânicas estão descritos em U.K. Equal Opportunities Commission,
1986. The Fact About Women Is...
11 A alemã média que se aposenta: Taylor et ai., op. cit., p. 34.
71 Previdência privada: Sidel, op. cit., p. 161.
71 No ano 2000: Taylor et ai., op. cit., p. 11, citando a Conferência das Nações
Unidas sobre o Envelhecimento, Viena, 1982.
71 Há tempo suficiente: Hewlett, op. cit.
74 Nunca parava de tentar: MacKinnon, Feminism Unmodifíed, p. 227. "As
mulheres", observa também MacKinnon, "são recompensadas ao acaso
e punidas sistematicamente por serem mulheres. Nós não somos recompensadas
sistematicamente e punidas ao acaso, como geralmente se supõe."
A CULTURA
Página
76 Mulheres anônimas: v. Marina Warner, Monuments and Maidens: The
AUegory of the Female Forrn (Londres, Weidenfield and NichoJson, 1985).
76 Os homens olham: John Berger, Ways ofSeeing (Londres, Penguin Books,
1988), p. 47.
78 Essa tradição: Jane Austen, Emma (1816) (Nova York e Londres, Penguin
Classics, 1986), p. 211; George Eliot, Middlemarch (1871-1872) (Nova York
e Londres, Penguin Books, 1984); Jane Austen, Mansfíeld Park (1814) (Nova
York e Londres, Penguin Classics, 1985); John Davie, ed., Jane Austen,
Northanger Abbey, LadySusan, The Watsons and Sanditon (Oxford, Oxford
University Press, 1985); Charlotte Brontê, Villeüe (1S52) (Nova York
e Londres, Penguin Classics, 1986), p. 214; Louisa May Alcott, Little Women
(1868-1869) (Nova York, Baniam Books, 1983), p. 237; v. também
Alison Lurie, Foreign Affairs (Londres, Michael Joseph, 1985); Fay Weldon,
The Life and Loves of a She-Devil (Londres, Hodder, 1984); Anita
Brookner, Look at Me (Londres, Jonathan Cape, 1984).
80 Felação e sentimentalismo: "Bookworm", Private Eye, 19 de janeiro de
1989.
81 Fugindo ao controle: Peter Gay, The Bourgcois Expericncc: Victoria to
NOTAS 403
Freud, Volume II: The Tender Passion (Nova York, Oxford University Press,
1986), p. 99. Em 1879 foram criados Radcliffe Annexe cm Harvard e Somerville
College e Lady Margaret Hall em Oxford. A Universidade de Cambridge
abriu cursos para mulheres em 1881.
81 Cinqüenta mil exemplares: Janice Winship, Inside Womcn's Magazines,
(Londres, Pandora Press, 1987), p. 7.
81 A imprensa colaborou: John Q. Costello, Love, Scx and War: Changing
Values, 1939-1945 (Londres, Collins, 1985).
84 Eu ideal: Cynthia White, Women'sMagazines, 1963-1968, citado em Ann
Oakley, Housewife: High Value/Low Cost (Londres, Penguin Books, 1987),
p. 9.
84 Betty Friedan: Friedan, "The Sexual Sell", em The Feminine Mystique
(Londres, Penguin Books, 1982), pp. 13-29. Todas as citações alé a página
67 são dessa fonte.
85 A renda da publicidade de "cosméticos/artigos de toalete": Magazine Pubüshers
of America, "Magazine Advertising Revenue by Class Totais,
January-December 1989", Information Bureau, A.H.B., janeiro de 1990.
87 Já não estavam mais gastando tanto com roupas: Robcrta Pollack Seid,
Never Too Thin (Nova York, Prentice-Hall, 1989).
87 Estilo para todos: Elizabeth Wilson e Lou Taylor, Through thc Looking
Glass: A History ofDress from 1860 to the Present Day (Londres, BBC
Books, 1989), p. 193.
87 Uma forte queda: Marjorie Ferguson, Forever Feminine: Women's Magazines
and the Cult ofFemininity(Gower, Inglaterra, AJdershot, 1983), p. 27.
"Qual foi o papel das revistas femininas em tudo isso [nos compromissos
do feminismo]?", perguntou Ferguson. "A maioria dos editores,
ocupados tentando resolver o problema de como atingir melhor o público
ou de como evitar a queda na circulação, tinham consciência de que
alguma mudança estava acontecendo fora dos seus escritórios, mas muitas
vezes lhes faltava a informação sistemática sobre a natureza e a extensão
dessas mudanças. ...Alguns editores relacionavam o fato de as mulheres
estarem saindo para trabalhar com a redução do 'tempo' para as
revistas femininas e da 'necessidade* delas.
' "E ainda temos a questão de as mulheres saírem para trabalhar fora.
Quando se trabalha fora, tem-se menos tempo; as suas necessidades
são diferentes, e talvez pudessem até ser atendidas pela televisão, pelos
jornais ou pelo jornal de programação da televisão.' (Editor de uma publicação
semanal para mulheres)."
Helen Gurley Brown, editora de Cosmopolitan, aumentou a sua circulação
de 700.000 em 1965 para 2.890.000 exemplares por mês em 1981.
De acordo com Brown, "Cosmopolitan é a sofisticada irmã mais velha
de todas as moças. ...Cosmopolitan diz que você pode conseguir o que
404 O MITO DA BELEZA
quiser se realmente se esforçar, se não ficar esperando sentada com o nariz
colado no vidro da janela. ...Nós mantemos nosso perfil, um artigo
sobre a saúde, um sobre o sexo, dois sobre emoções... um sobre o relacionamento
entre homem e mulher, um sobre carreiras, um conto e um trecho
de alguma importante obra de ficção, assim como nossas colunas de
sempre." Citado em Ferguson, p. 37.
88 O Visual Nu: Seid, op. cit., p. 217.
88 Número de artigos relacionados a dietas aumentou cm 70%; ibid., p. 236.
88 Para 66 no mês de janeiro: ibid.
88 300 livros sobre dietas à venda: ibid.
89 Espécie híbrida, meio homem, meio mulher: Gay, op. cit., p. 227.
89 O senador Lane: ibid.
89 Mulheres degeneradas: ibid. V. também Barbara Ehrenreich e Deirdre English,
Complaints and Disorders: The Sexual Politics of Sickness (Old Westbury,
N.Y., City University of New York, Feminist Press, 1973).
89 As feministas eram criticadas: Gay, op. cit., p. 227.
89 A inveja não leva a nenhum lugar: Mareia Cohcn, The Sistcrhood:
The Inside Story of the Women's Movemcnt and the Leaders Who
Made It Happen (Nova York, Fawcett Columbinc, 1988), p. 151; citações
de Commentary e de The New York Times, também de Cohen,
ibid., p. 261.
89 Um monte de mulheres feias: ibid., p. 261.
89 Pete Hamill: citado em Cohen, p. 287.
90 Norman Mailer: citado em Cohen, p. 290.
90 As MULHERES ESTÃO SE REBELANDO: ibid., p. 205.
93 Rios e córregos: ibid., pp. 82-83, 133.
96 Mal informada: April Fallon e Paul Rozin, "Sex Differences in Perceptors
of Body Size", Journal of Abnormal Psychology, vol. 92, n? 4 (1983).
"Nossos dados sugerem que as mulheres estão mal informadas e exageram
o grau de magreza desejado pelos homens."
96 A confiança: Cohen, op. cit., p. 91.
97 Orgulho de sua identidade: citado em J. Winship, op. cit., p. 7.
NOTAS 405
102 Fragilidade da palavra: Lewis Lapham, Money and Class in America: Notes
on the Civil Religion (Londres, Picador, 1989), p. 283.
102 Leitores como um mercado: Lawrence Zuckerman, "\Vho's Minding the
Newsroom?", Time, 28 de novembro de 1988.
102 Watergate: Thomas Winship, ex-editor de The Boston Globe, citado cm
Zuckerman, op. cit.
102 Vender produtos: Daniel Lazare, "Vanity Fare", Columbia Journalism Rcview
(maio/junho de 1990), pp. 6-8.
102 Atmosfera: ibid., pp. 6-8. Lazare ressalta que uma revista americana, Vanity
Fair, proporciona cobertura elogiosa a gigantes da moda e dos cosméticos.
Somente na edição de setembro de 1988, esses beneficiários da
promoção editorial compraram cinqüenta páginas de anúncios a ate
US$25.000 por página.
103 650 anúncios por semana: Mark Muro, "A New Era of Eros in Advertising",
The Boston Globe, 16 de abril de 1989.
103 Destruir a resistência: ibid.
103 A pornografia ...sete bilhões de dólares por ano: Mackinnon, Fcminism
Unmodifíed, op. cit., citando Galloway e Thornton, "Crackdown on Pornography
— A No-Win Battle", U.S. News and World Rcport, 4 de junho
de 1984; v. também Catherine Itzin e Corinne Sweet, da Campanha contra
a Pornografia e Censura na Grã-Bretanha, "What Should Wc Do About
Pornography?", Cosmopolitan britânica, novembro de 1989; J. Cook, "The
X-Rated Economy", Forbes, 18 de setembro de 1978 (4 bilhões de dólares
por ano); "The Place of Pornography", Harper's, novembro de 1984 (7
bilhões de dólares por ano).
Nos últimos quinze anos, esse setor cresceu 1.600 vezes c tem agora
mais pontos de venda do que a rede McDonald's. V. Jane Caputi, The
Age of Sex Crime (Bowling Green, Ohio, Bowling Green State University,
Popular Press, 1987).
103 Somente nos Estados Unidos, um milhão de dólares por dia: Consumer
Association of Penang, Abuse of Women in the Media (Oxford, Oxford
University Press, 1985), citado em Debbie Taylor et ai., Women: A World
Report (Oxford, Oxford University Press, 1985), p. 67.
103 Revistas britânicas, Angela Lambert, "Amid the Alien Porn", The Independem,
1? de julho de 1989.
104 A pornografia sueca: Gunilla Bjarsdal. Estocolmo, Legenda Publishing
Research, 1989.
104 18 milhões de homens americanos: Taylor et ai., op. cit., p. 67.
104 Um norte-americano em cada dez: John Crewdson, By Silcnce Bctraycd:
Sexual Abuse of Children (Nova York, Harper & Row, 1988), p. 249.
406 O MITO DA BELEZA
104 Mais lidas no Canadá: Caputi, op. cit., p. 74.
104 Pornografia na Itália: Instituto de Estudos Econômicos c Políticos, Itália;
pesquisa realizada por Mondadori Publishing, 1989.
104 Cada vez mais violenta: V. Andréa Dworkin, Pornography: Men Possessing
Womcn(Nova York, Putnam, 1981), em especial "Objccts", pp. 101-128. A
respeito de Herschel Gordon Lewis, v. Caputi, op. cit., p. 91. Quanto à concorrência
com a pornografia, v. também Tony Garnett, diretor de Handgun,
Weintraub Enterprises, citado em "Rape: That's Entertainmcnt?", Jane
Mills, produtora, Omnibus, BBC1,15 de setembro de 1989. Segundo Garnett,
"um dos motivos pelosVquais um filme como esse é provavelmente financiado
reside no fato de ela girar em torno de uma cena de estupro. Houve...
considerável pressão dos diversos distribuidores que o controlavam. A
maioria das pessoas envolvidas ficou muito decepcionada com o filme, particularmente
com o estupro porque ele não era excitante e me perguntaram
se eu não tinha algumas cenas cortadas que pudéssemos reaproveitar para
torná-lo mais excitante porque é isso que dá bilheteria".
104 30% da programação provêm dos Estados Unidos: "Stars and Stripes
Everywhere", The Observer, 8 de outubro de 1989.
104 71% importados: Paul Harrison, Inside the Third World: The Anatomy
of Poverty (Londres, Penguin Books, 1980).
104 Número de aparelhos de televisão na índia: Edward W. Desmond, "Puppies
and Consumer Boomers", Time, 14 de novembro de 1989. (Em 1984,
anunciantes indianos começaram a patrocinar programas.)
104 A desregulamentação internacional das ondas de rádio: o governo holandês
está preocupado com,a televisão comercial e a pornografia de Luxemburgo
via satélite. Alguns ministros europeus crêem que "até o fim da
próxima década os impérios da mídia controlados pelos Estados Unidos
exercerão domínio total sobre a radiodifusão mundial". [John Palmer, "European
Ministers Divided Over US 'Media Imperialism'", The Guardian,
3 de outubro de 1989.]
Em "Review and Appraisal: Communication and Media", trabalho
apresentado à Conferência Mundial para Examinar e Avaliar os Resultados
da Década das Nações Unidas pelas Mulheres, Nairóbi, 1985
(A/CONF. 116/5), uma pesquisa internacional concluiu que na mídia há
pouca representação das transformações dos papéis femininos. No México,
as mulheres são "a alma do lar" ou o "objeto sexual". Na Turquia,
a mulher típica na mídia é "a mãe, esposa, símbolo sexual"; a Costa do
Marfim realça seu "charme, beleza, frivolidade, fragilidade". Citado em
Taylor et ai., op. cit., p. 78.
105 Nove bilhões de dólares: "Stars and Stripes Everywhere", op. cit.
105 Guerra de ostentação: "You Must Be Joking", The Guardian, 10 de outubro
de 1989.
NOTAS 407
105 Liberdades contraditórias: Cynthia Cockburn, "Second Among Equals",
Marxism Today, julho de 1989.
105 Glamoun v. David Remnick, "From Rússia with Lycra", Gentlemen's
Quarterly, novembro de 1988.
105 Reform: David Palliser, The Guardian, 16 de outubro de 1989.
105 Negoda: "From Rússia with Sex", Newsweek, 17 de abril de 1989.
105 China: v. "The Queen of the Universe", Newsweek, 6 de junho de 1988.
105 Tatiana Mamanova: citado em Caputi, op. cit., p. 7.
106 Silêncios: J. Winship, op. cit., p. 40.
106 Parecessem inteligentes: Penny Chorlton, Cover-up: Taking the Lid Off
the cosmetics Industry (Wíllingborough, Grã-Bretanha, Grapevine, 1988),
p. 47; também Gloria Steinem, "Sex, Lies and Advertising", Ms., setembro
de 1990.
106 Pressão de anunciantes... cabeças grisalhas: Michael Hoyt, "When the
Walls Came Tumbling Down", Columbia Journalism Review, março/abril
de 1990, pp. 35-40.
106 Steinem: v. Gloria Steinem, Outrageous Acts and Evcryday Rebclions (Nova
York, Holt, Rinehart and Winston, 1983), p. 4.
107 Não durante a sua vida: Marilyn Webb, "Gloria Leaves Home", New York
Woman, julho de 1988.
107 Dez presidentes: Lisa Lebowitz, "Younger Every Day", Harper's Bazaar,
agosto de 1988.
107 Mais em publicidade: Chorlton, op. cit., p. 46.
108 Ações de indústrias de cosméticos; Standard and Poor's Industry Surveys
(Nova York, Standard and Poor's Corp., 1988). Nos Estados Unidos, em
1987, a indústria de produtos de higiene pessoal, artigos de toalete e cosméticos
somou US$18,5 bilhões, com os cosméticos compondo 27% do
total; v. Robin Marantz Henig, "The War on Wrinkks", New Woman,
junho de 1988.
Grande parte do crescimento se deve aos baixos preços dos derivados
do petróleo, em especial do etanol, que é a base da maior parte dos
produtos. "Um importante fator subjacente ao desempenho do setor",
segundo Standard and Poor's Industry Surveys de 1988, "vem sendo a
relação favorável entre custos e preços."
108 Editoras de beleza: Chorlton, "Publicity Disguised as Editorial Matter",
em Cover-up, op. cit., pp. 46-47.
408 O MITO DA BELEZA
108 Dalma Heyn: Pat Duarte, "Older, but Not Invisible", Womcn's Center
News (Centro de Mulheres do Condado de San Joaquin, Calif.), vol. 12,
n.° 12 (agosto de 1988), pp. 1-2.
108 Bob Ciano: citado em ibid., p. 2.
110 Renda publicitária: uma única edição de Harper's and Queen, em outubro
de 1988, trazia o equivalente a cem mil libras esterlinas em anúncios
da indústria de cosméticos: Gerald McKnight, The Skin Game: The International
Beauty Business Brutally Exposed (Londres, Sidgwick and Jackson,
1987), p. 65.
110 Orçamento publicitário depende dos alimentos dietéticos: Magazine Publishers
of America, op. cit.
A RELIGIÃO
Página
114 Reze e o peso desaparece!: Roberta Pollack Seid, Never Too Thin (Nova
York, Prentice Hall, 1989), p. 107.
116 Tradição: v. Carol Gilligan, Uma Voz Diferente: Psicologia da Diferença
entre Homens e Mulheres da Infância à Idade Adulta. (Rio de Janeiro,
Rosa dos Tempos, 1990).
118 Bendita ... entre as mulheres: missal da igreja católica romana.
119 Valor excedia o dos rubis: Provérbios 3:10-31.
119 Havia mais mulheres do que homens: Nancy F. Cott, The Bonds of Womanhood:
Woman's Sphere in NewEngland, 1780-1835(New Havcn, Yale
University Press, 1977), p. 126.
119 Ministro: v. Ann Douglas, The Feminization of American Culture (Nova
York, Knopf, 1977).
120 Harriet Martineau: Cott, op. cit., p. 138.
120 Morfologia: ibid., p. 139.
121 A história da criação: Gênese, 2:21-23.
122 Sede ... perfeitos: Mateus 5:48
122 Wilson: citado em Gerald McKnight, The Skin Game: The International
Beauty Business Brutally Exposed (Londres, Sidgwick & Jackson, 1989),
p. 158.
NOTAS 409
122 Segunda classe: Oscar Wilde, Lecture on Art, citado em Richard Ellman,
Oscar Wilde (São Paulo, Companhia das Letras, 1989).
122 Não há homem nem mulher: Epístola aos Gaiatas 3:28.
123 Homens encaram os seus de forma... positiva: Daniel Goleman, "Science
Times", The New York Times, 15 de março de 1989, citando April Fallon
e Paul Rozin, "Sex Differences in Perceptors of Body Size", Journal
of Abnormal Psychology, vol. 4 (1983). V. também John K. Colüns et ai.,
"Body Percept Change in Obese Females After Weight Loss Reduction
Therapy", Journal of Clinicai Psychology, vol. 39 (1983): Todas as sessenta
e oito mulheres entre os dezoito e os sessenta e cinco anos de idade
se consideraram mais gordas do que realmente eram.
123 Extremamente insatisfeito: "Staying Forever Young", San Francisco Chronicle,
12 de outubro de 1988.
123 Maioria feminina dos inscritos em programas para perda de peso: v. Eva
Szekely, Never Too Thin (Toronto, The Women's Press, 1988).
124 Convenção: "Views on Beauty: When Artists Meet Surgeons", The New
York Times, 20 de junho de 1988.
124 Fragen: Ronald Fragen, "The Holy Grail of Good Looks", The New York
Times, 29 de junho de 1988.
124 Rees: Dr. Thomas Rees com Sylvia Simmons, More Than Just a Pretty
Face: How Cosmetic Surgery Can Improve Your Looks and Your Life (Boston,
Little, Brown, 1987), p. 63.
124 Niôsome: Anúncio do Niôsome Système Anti-Age.
126 Kim Chernin: v. The Obsession: Reflections on the Tyranny of Slenderness
(Nova York, Harper & Row, 1981), p. 39.
127 Tabus da menstruação: Rosalind Miles, The Women's History of the World
(Londres, Grafton Books, 1988), pp. 108-109.
129 Vigilância: Elaine Showalter, The Femaíe Malady: Women, Madness and
English Culture, 1830-1980 (Nova York, Pantheon Books, 1985), p. 212.
130 Vigiai, pois: Marcos 13:35.
130 Fique parada em pé: Alexandra Cruikshank et ai., Positively Beautiful:
Everywoman's Guide do Face, Figure and Fitness (Sydney e Londres, Bay
Books, 1988), p. 25.
131 Almas: Cott, op. cit, p. 136.
131 Richard Stuart: Seid, op. cit., pp. 169-170.
410 O MITO DA BELEZA
134 Dores de morte: Salmo 116.
139 Os homens interrompem as mulheres: Dale Spender, Man Madc Language
(Londres e Nova York, Routledge and Kegan Paul, 1985). V. também
Laura Shapiro, "Guns and Dolls", Newsweek, 28 de maio de 1990, e Edward
B. Fiske, "Even at a Former Women's College, Men Are Takcn More
Seriously, A Researcher Finds", The New York Times, 11 de abril de 1990.
141 Hipnolizadorcs e recrutadores profissionais de adeptos para seitas: Willa
Appel, Cults in America: Programmed for Paradise (Nova York, Holt,
Rinehart & Winston, 1983).
144 Olhem fixamente: todas as citações de membros de seitas são de Appel, ibid.
143 Vigarice em grande escala: McKnight, op. cit., p. 20.
144 Herstein: ibid., pp. 24-25.
145 Profissionais da indústria: citado em ibid., p. 74.
145 Roddick: citado em ibid., pp. 55-56.
145 Disney: citado em ibid., p. 17.
145 Sugiyama: citado em ibid., p. 4.
145 Kligman: ibid., p. 39.
145 FDA: ibid., pp. 17-29.
147 Punir ninguém: Deborah Blumenthal, "Softer Sell in Ads for Bcauty Products",
The New York Times, 23 de abril de 1988, p. 56.
148 Rejuvenescimento: British Code of Advertising, Section Cl. 5.3.
148 Serviço de creches: Felicity Barringer, "Census Reporí Shows a Rise in
Child Care and Its Costs", The New York Times, 16 de agosto de 1990.
151 As mulheres estão mesmo sob ataque... 44% v. Diana E. H. Russell, Rape:
The Victim's Perspective (Nova York, Stein & Day, 1975).
151 21% ... violência física: Angela Browne, When Battercd Womcn Kill(Nova
York, Free Press, 1987), pp. 4-5.
151 Uma mulher britânica em cada sete é violentada: Ruth E. Hall, Ask Any
Woman: A London Inquiry into Rape and Assault (Bristol, Grã-Bretanha,
Falling Wall Press, 1985).
152 O padrão de vida cai: Lenore Weitzman, "Social and Economic Consequences
of Property, Alimony and Child Support Awards", University of
NOTAS 411
Califórnia Los Angeles Law Review, vol. 28 (1982), pp. 1118-1251.
152 Pensão: v. Ruth SideJ, Women and Children Last: The Plight ofPoor Women
in Affluent America (Nova York, Penguin Books, 1987), p. 104.
152 A renda média: ibid., p. 18.
152 Assédios: v. Catharine A. MacKinnon, Sexual Harassment of Working
Women: A Case of Sex Discríminatíon (New Haven, Yale University Press,
1979); também Rosemarie Tong, Women, Sex and the Law (Totowa, N.J.,
Rowman and Littlefield, 1984).
152 As mulheres ganham...: Sidel, op. cit., p. 17.
153 O número de divórcios: Debbie Taylor et ai., Women: A World Report
(Oxford, Oxford University Press, 1985), p. 13.
155 Alimentos: Linda Wells, "Food for Thought", The New York Times Magazine,
30 de julho de 1989.
157 La Prairie: Anthea Gerrie, "Ihject a Little Fun into Your Marriage", "Male
and Femail", Mail on Sunday, 1988.
158 Células fetais: McKnight, op. cit., p. 84.
158 Preços: citado em Linda Wells, "Prices: Out of Sight", The New York
Times Magazine, 16 de julho de 1989.
158 Custo do produto: citado em McKnight, op. cit., p. 66.
159 Seitas: Appel, op. cit., pp. 113-137. V. também Chernin, op. cit., pp. 35-36,
a respeito de seitas.
161 Põe uma guarda: baseado no Salmo 141:3.
164 Vigilantes do Peso: estatísticas internacionais dos vigilantes do peso, Viva
holandesa, setembro de 1989.
165 Appel, op. cit., pp. 1-21.
165 Ibid., p. 31.
166 Ibid., p. 50.
166 Ibid., p. 59.
167 Ibid., p. 61.
167 Ibid., p. 64.
NOTAS
O MITO DA BELEZA
Página
12 Cirurgia estética: Standard and Poor's lndustry Surveys (Nova York, Standard
and Poor's Corp., 1988).
12 A pornografia como gênero de maior expressão: v. "Crackdown on Pornography:
A No-Win Battle", U.S. News and World Report, 4 de junho
de 1984. A Associação de Consultores de Moda e Imagem teve triplicado
o quadro de associados entre 1984 e 1989 (Annetta Miller e Dody Tsiantar,
Newsweek, 22 de maio de 1989). Durante os cinco ou seis anos anteriores
a 1986, as despesas de consumo subiram de 300 bilhões para 600
bilhões de dólares.
12 Trinta e três mil mulheres americanas: University of Cincinnati College
of Medicine, 1984. S. C. Wooley e O. W. Wooley, "Obesity and Women:
A Closer Look at the Facts", Women's Studies International Quarterly,
vol. 2 (1979), pp. 69-79. Dados publicados novamente em "33,000 Women
Tell How They Realy Feel About Their Bodies", Glamour, fevereiro de 1984.
12 Pesquisas recentes revelam: v. Dr. Thomas Cash, Diane Cash e Jonathan
Butters, "Mirror-mirror on the Wall: Contrast Effects and Self-Evaluation
of Physical Attractiveness", Personality and Social Psychology Bulletin,
setembro de 1983, vol. 9, n? 3. A pesquisa do Dr. Cash revela muito pouca
ligação entre o quanto as mulheres "são atraentes" e o quanto elas
"se sentem atraentes". Segundo ele, todas as mulheres por ele tratadas
eram "extremamente atraentes", mas elas se comparavam apenas com modelos,
não com outras mulheres.
14 Muito pouco para mim: Lucy Stone, citada em Andréa Dworkin, Pornography:
Men Possessing Women (Nova York, Putnam, 1981), p. 11.
14 Uma boneca: Germaine Greer, The Female Eunuch (Londres, Paladin Gráfton
Books, 1970), pp. 55, 60.
14 O mito: v. também a definição de Roland Barlhes. "Ele transforma a his392
O MITO DA BELEZA
tória em natureza. ...O mito tem a função de dar a uma intenção histórica
uma justificativa natural e de fazer o contingência! parecer eterno."
Roland Barthes, "Myth Today", Mythologies (Nova York, Hill and Wang,
1972), p. 129.
A definição do antropólogo Bronislaw Malinowski de "um mito de
origem" é aplicável ao mito da beleza. Um mito de origem, escreve Ann
Oakley, "tende a ser mais reforçado em épocas de tensão social, quando
o estado de coisas retratado no mito é questionado". Ann Oakley, Housewife:
High Value/Low Cost (Londres, Penguin Books, 1987), p. 163.
15 Platonismo: v. o exame da Beleza em O Banquete de Platão. Para a diversidade
dos padrões de beleza, v. Ted Polhemus, Body Styles (Luton, England,
Lennard Publishing, 1988).
15 Seleção sexual: Darwin não estava convencido: v. Cynthia Eagle Russelt,
"Hairy Men and Beautiful Women", Sexual Science: The Victorian Construetion
of Womanhood (Cambridge, Mass., Harvard Univcrsity Press,
1989), pp. 78-103.
Na página 84 Russett cita Darwin. "O homem é mais forte no corpo
e na mente do que a mulher, e no estado selvagem ele a mantém numa
servidão muito mais abjeta do que machos de qualquer outro animal. Não
surpreende, portanto, que ele tenha conquistado o poder de seleção. ...Como
as mulheres há muito são selecionadas pela beleza, não surpreende
que algumas das suas variações sucessivas tivessem sido transmitidas exclusivamente
ao mesmo sexo; conseqüentemente, que elas tivessem transmitido
a beleza num grau algo maior para a sua prole feminina em vez
de para a prole masculina, tornando-se assim, segundo a opinião geral,
mais bonitas do que os homens." O próprio Darwin percebeu a incoerência
evolutiva dessa idéia de que, nas palavras de Russett, "algo de estranha
ocorrera na escada da evolução: entre os seres humanos, a fêmea não
escolhia mas era escolhida". Essa teoria "implicava uma estranha quebra
da continuidade evolutiva", observa ela. "Nas próprias palavras de Darwin,
ela representava uma reversão bastante surpreendente nas tendências
da evolução."
V. também Natalie Angier, "Hard-to-Please Females May Be Neglected
Evolutionary Force", The New York Times, 8 de maio de 1990, e Natalie
Angier, "Mating for Life? It's Not for the Birds or the Bees", The New
York Times, 21 de agosto de 1990.
15 Evolução: v. Evelyn Reed, Woman's Evolution: From Matriarchal Clan
to Patriarchal Family (Nova York, Pathfinder Press, 1986); e Elaine Morgan,
The Descent of Woman (Nova York, Bantam Books, 1979). V. especialmente
"o primata superior", p. 91.
16 A Deusa: Rosalind Miles, The Women's History of the World (Londres,
Paladin Grafton Books, 1988), p. 43. V. também Merlin Stone, When God
Was a Woman (San Diego, Harvest Books, 1976).
16 A tribo wodaabe: Leslie Woodhead, "Descrt Dandies", The Guardian,
julho de 1988.
NOTAS 393
Na tribo fulani da África Ocidental, as jovens escolhem seus maridos
com base na beleza. "Os candidatos... participam do yaake, uma fileira
em que se apresentam cantando e dançando, ficando nas pontas dos
pés e fazendo caretas, virando, revirando os olhos, e sorrindo cxagcradamente
para exibir os dentes para os jurados. Essa apresentação dura horas
seguidas, e os participantes são estimulados pelo prévio consumo de
drogas. Durante todo o tempo, algumas velhas na platéia lançam críticas
àqueles que não estejam à altura do ideal de beleza do povo fulani." [Polhemus,
op. cit., 21]
V. também Carol Beckwith e Marin van Offelen, Nomads of Niger
(Londres, William Collins Sons e Co. Ltd., 1984), citada cm Carol Beckwith,
"Niger's Wodaabe: People of The Taboo", National Gcographic,
vol. 164, n? 4, outubro de 1983, pp. 483-509.
Escavações do período paleolítico sugerem que eram aos machos da
espécie humana, e não às fêmeas, que se destinavam os adornos nas sociedades
pré-históricas. Nas comunidades tribais modernas, os homens
em geral se enfeitam no mínimo tanto quanto as mulheres e muitas vezes
detêm um "monopólio virtual" sobre os adornos. Os povos nuba do Sudão,
waligigi da Austrália e os homens do Mount Hagen na Nova Guiné
também passam horas se pintando e retocando o penteado para atrair as
mulheres, cuja toalete demora apenas alguns minutos. V. Polhemus, op.
cit., pp. 54-55.
17 Tecnologias: v., por exemplo, Beaumont Newhall, The History ofPhotography
from 1839 to the Present (Londres, Secker & Warburg, 1986), p.
31. Fotografia Academie, c. 1845, fotógrafo desconhecido.
21 Indústrias poderosas: os produtos dietéticos pertencem a um setor que
gera 74 bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos, somando um terço
do total anual de despesas com alimentos. V. David Brand, "A Nation
of Healthy Worrywarts?", Time, 25 de julho de 1988.
21 A indústria das dietas que gera 33 bilhões de dólares por ano: Molly 0'Nell,
"Congress Looking into the Diet Business", The New York Times, 28 de
março de 1990.
21 A da cirurgia plástica estética, de 300 milhões de dólares: Standard and
Poor's Industry Surveys, op. cit. 1988.
21 A da pornografia com seus sete bilhões de dólares: "Crackdown on Pornography",
op. cit.
21 Mentiras vitais: Daniel Goleman, Vital Lies, Simple Truths: The Psychology
of Self-Deception (Nova York, Simon and Schuster, 1983) pp. 16-17,
citando a frase de Henrik Ibsen, "A mentira vital permanece oculta, protegida
pelo silêncio, por álibis, pela completa negação da família."
22 Uma vocação "maior": John Kenneth Galbraith, citado em Michael H.
Minton e Jean Libman Block, What is a Wife Worth? (Nova York,
McGraw-Hill, 1984), pp. 134-135.
394 O MITO DA BELEZA
23 A Feminista Feia: Mareia Cohen, The SJstcrhood: The Insjdc Story of the
Women's Movement and the Leaders Who Madc it Happcn (Nova York,
Ballantine Books, 1988), pp. 205, 206, 287, 290, 322, 332.
23 Dizendo palavrões como um soldado: Betty Fricdan, The Fcminine Mystique
(Londres, Penguin Books, 1982), p. 79, citando Elinor Ricc Hays, Morning
Star: A Biography ofLucy Stone(Nova York, Harcourt, 1961), p. 83.
23 A imagem desagradável: Friedan, op. cit., p. 87.
O TRABALHO
Página
26 Mulheres americanas no mercado de trabalho: Ruth Sidcl, Womcn and
Children Last: The Plight ofPoor Women in Affluent America (Nova York,
Penguin Books, 1987), p. 60.
26 Mulheres britânicas tinham trabalho remunerado: U.K. Equal Opportunities
Commission, Towards Equality: A Casebook of Dccisions on Sex
Discrimination and Equal Pay, 1976-1981, panfleto. V. também: U.K. Equal
Opportunities Commission, Sex Discrimination and Employmenl: Equality
at Work: A Guide to the Employment Provisions of thc Sex Discrimination
Act 1975, panfleto, p. 12.
28 Pré-história: Rosalind Miles, The Women's History of the World (Londres,
Paladin Grafton Books, 1988), p. 152.
28 Modernas sociedades tribais: Ibid., p. 22.
28 Duquesa de Newcastle: A citação integral é a seguinte: "As mulheres vivem
como morcegos ou corujas, trabalham como bestas de carga e morrem
como vermes", ibid., p. 192.
28 Nenhum trabalho era árduo demais: Ibid., p. 155, citando Viola Klein,
The Feminine Character: History of an Ideology, 2? ed. (Urbana, University
of illinois Press, 1971).
28 Fadiga: Ibid., p. 188.
28 Instituto Humphrey: Humphrey Institute, University of Minnesota, Looking
to the Future; Equal Partnership Between Women and Men in the
21st Century, citado em Debbie Taylor et alii Women: A World Report
(Oxford, Oxford University Press, 1985), p. 82.
29 Duas vezes mais do que os homens: Report of the World Confcrencc for
the United Nations Decade for Women, Copenhague, 1980, A/Conf. 94/35.
NOTAS 395
29 A mulher paquistanesa: Taylor et ai., op. cit., p. 3.
29 Não serem trabalho: Ann Oakley, Housewife: High Value/Low Cost (Londres,
Penguin Books, 1987), p. 53.
29 Subiria em 60%: Sidel, op. cit., p. 26.
29 Mão-de-obra francesa: Sylvia Ann Hewlett, A Lesser Life: The Myth of
Women's Liberation in America (Nova York, Warner Books, 1987).
29 O trabalho voluntário: Yvonne Roberts, "Standing Up to Be Counted",
The Guardian (Londres), entrevista em 1989 com Marilyn Waring, autora
de If Women Counted: A New Feminist Economics (San Francisco, Harper
& Row, 1988). V. também Waring, p. 69.
29 Produto nacional bruto: Taylor et ai., op. cit., p. 4.
29 Nancy Barrett: "Obstacles to Economic Parity for Women", The American
Economic Review, vol. 72 (maio de 1982), pp. 160-165.
30 Mais trinta e seis minutos: Arlie Hochschild com Anne Machung, The
Second Shift: Working Parents and the Revolution at Home (Nova York,
Viking Penguin, 1989).
30 Serviços domésticos: Michael H. Minton com Jean Libman Block, What
is a Wife Worth? (Nova York, McGraw-Hill), p. 19.
30 Setenta e cinco por cento do serviço doméstico: Hochschild e Machung,
op. cit., p. 4. V. também Sarah E. Rix, ed., The American Woman, 1988-89:
A Status Report, Capítulo 3, Rebecca M. Blanck, "Women's Paid Work,
Household Income and Household Well-Being", pp. 123-161 (Nova York,
W. W. Norton & Co., 1988).
30 Os norte-americanos casados: Claudia Wallis, "Onward Women!", Times
International, 4 de dezembro de 1989.
30 Requerem oito horas a mais: Heidi Hartmann, "The Family as the Locus
of Gender, Class and Political Struggle: The Example of Housework", em
Signs: Journal of Women in Culture and Society, vol. 6 (1981), pp. 366-394.
30 Itália: Hewleü, op. cit.
30 Menos lazer: Taylor et ai., op. cit., p. 4.
30 Quênia: Ibid.
30 Chase Manhattan Bank: Minton e Block, op. cit., pp. 59-60.
31 Estudantes universitários nos Estados Unidos: Wallis, op. cit.
396 O MITO DA BELEZA
31 Estudantes universitários na Grã-Bretanha: U.K. Equal Opportunities Commission,
The Fact About Women ls..., panfleto, 1986.
31 As mulheres norte-americanas no mercado de trabalho: Sidel, op. cit., p. 60.
32 Marilyn Waring: citada em Roberts, op. cit.
32 Patricia Ireland: citada em Wallis, op. cit.
32 Mulheres com filhos no mercado de trabalho norte-americano: Ibid.
32 Mães na Grã-Bretanha: U.K. EquaJ Opportunities Commission, op. cit.
32 A única fonte de sustento: Sidel, op. cit.
33 Marvin Harris: citado em Minton e Block, op. cit.
35 Parágrafo VII: v. Rosemarie Tong, Women, Sex and the Law (Totowa, N.J.,
Rowman and Littlefield, 1984), pp. 65-89.
35 Lei da Discriminação Sexual de 1975/Grã-Bretanha: V. Equal Opportunities
Commission, Sex Discriminatíon and Employment, em especial pp.
12-13: "A discriminação sexual nos casos em que o sexo é uma 'qualificação
ocupacional genuína' para a função, ou para parte da função, em virtude
de: (a) autenticidade ou forma física — por exemplo, para ura modelo
ou um ator." V. também Sex Discriminatíon: A Guide to the Sex Discriminatíon
Act 1975, U.K. Home Office, panfleto (2775) Dd8829821
G3371, p. 10.
A Lei da Discriminação Sexual de 1984 na Austrália não cobre a discriminação
pela aparência. A partir de 1990, o procurador geral da república
ampliará a jurisdição da Lei da Comissão da Igualdade de Oportunidade
e dos Direitos Humanos de forma a cobrir a discriminação com
base na "idade, antecedentes médicos, antecedentes criminais, debilidade,
estado civil, incapacidade mental, intelectual ou psiquiátrica, nacionalidade,
incapacidade física, preferências sexuais e atividades sindicais",
mas a discriminação com base na aparência não será tratada. V. também
Austrália, Human Rights and Equal Opportunity Commission, The Sex
Discriminatíon Act 1984: A Guide to the Law, panfleto, agosto de 1989.
36 O sonho americano: Sidel, op. cit., p. 22.
40 Helen Gurley Brown: v. Sex and the Single Girl (Nova York, Bernard Géis,
1962).
40 Demissão de aeromoças: v. Mareia Cohen, op. cit., p. 394. Uma comissária
de bordo explica que a atmosfera sexualizada da cabine de passageiros
é projetada expressamente para diminuir o medo de voar dos passageiros
do sexo masculino. "Eles imaginam que uma leve excitação sexual
ajudará a distrair as pessoas" do perigo (Hochschild, 1983, citado em AJbert
J. Mills, "Gender, Sexuaüty and the Labour Process", cm Jeff Hearn
NOTAS 397
et ai., The Sexuality of Organization (Londres, Sage Publications, 1989),
p. 94.
41 Ou ser presa: Time, 7 de junho de 1971, citado em Robcrta Pollack Seid,
Never Too Thin: Why Women Are at War with Thcir Bodies (Nova York,
Prentice-Hall, 1988).
41 Imagem de coelhinha: Weber contra Playboy Club ofNcw York, Playboy
Cíubs International, Inc., Hugh Hefner, App. No. 774, Case No.
CSF2261970, Human Rights Appeal Board, New York, 17 de dezembro
de 1971. V. também Sr. Cross contra Playboy Club of New York,
CSF222618-70.
42 "Todas as mulheres são coelhinhas": Gloria Steinem, Outrageous Acts
and Everyday Rebellions (Nova York, Holt, Rinehart & Winston, 1983),
p. 69.
43 20% dos cargos gerenciais: Hewlett, op. cit.
43 Xerox Corporation: Catherine McDermott ganhou o processo somente
depois de uma luta de onze anos nos tribunais de Nova York; Seid, op.
cit., p. 22, citação de "Dieting: The Losing Game", Time, 20 de janeiro
de 1986, p. 54.
43 Um sexto dos candidatos ao mestrado em administração de empresas nos
Estados Unidos: Hewlett, op. cit.
43 Padrões de aparência: Christine Craft, 7ôo Old, Too Ugly and Not Deferential
to Men (Nova York, Dell, 1988).
44 "Âncoras masculinos: de 40 a 50": Ibid., p. 37.
44 "Mulheres na casa dos quarenta": Ibid., p. 204.
46 ELA VALE TUDO ISSO?: Richard Zoglin, "Star Power", Time, 7 de agosto
de 1989, pp. 46-51. A frase de abertura do artigo é a seguinte: "Em
primeiro lugar vem sua bela aparência de loura, de impacto, mas com um
traço saudável, mais para rainha do baile do colégio do que para glamourosa
beldade de Hollywood." O artigo prossegue. "[Sawyer] se ressente
de seus feitos jornalísticos serem diminuídos por perguntas a respeito de
sua aparência. ..." V. também a obsessão com a aparência de Jessica Savitch,
descrita em Gwenda Blair, Almost Golden : Jessica Savitch and the
Selling of Television News (Nova York, Avon Books, 1988). (O texto da
capa diz, "Ela foi a Marilyn Monroe do teléjornalismo.")
46 Idéia tão castradora: Ibid., p. 77.
48 Características físicas: Miller contra Bank of America, 600 F. 2d 211 9th
Circuit, 1979, citado em Tong, op. cit., p. 78.
Podemos aprender a melhorar nossa capacidade de distinguir
a diferença — o que é em si um exercício de liberação.
Não precisamos condenar o desejo, a sedução ou
a atração física — qualidade muito mais democrática e
subjetiva do que o mercado quer que descubramos. Precisamos,
apenas, rejeitar a manipulação de natureza política.
A ironia está no fato de uma beleza maior prometer
aquilo que só uma solidariedade feminina mais ampla pode
realizar. O mito da beleza pode ser derrotado para sempre
por meio do ressurgimento enérgico do ativismo político,
centrado nas mulheres, da década de setenta — uma
terceira onda do feminismo — atualizada de forma a assumir
as novas questões da década de noventa. Nesta década,
em especial para as mulheres jovens, alguns dos inimigos
estão mais calados, mais espertos e mais difíceis
de ser apanhados. Para alistar mulheres jovens, precisaremos
definir nosso amor-próprio como de natureza política;
classificá-lo, lado a lado com o dinheiro, empregos,
creches, segurança, como um recurso vital para as
mulheres que é deliberadamente mantido em níveis inferiores
aos da procura.
Não estou dizendo que tenho pronto um plano de
ação. Sei apenas que alguns dos problemas mudaram.
Cheguei à convicção de que há milhares de jovens prontas
e dispostas para juntar forças a uma terceira onda feminista
entre iguais, que ao lado das clássicas reivindicações
feministas assumiria os novos problemas originados
da transformação do Zeitgeist e da reação do sistema contra
o feminismo. O movimento precisaria tratar das ambigüidades
da assimilação. As jovens revelam sensações
de pavor e isolamento de dentro do sistema, ao contrário
de se sentirem iradas e unidas do lado de fora dele, e essa
distinção faz sentido segundo a ótica da reação do sistema.
A melhor forma de deter uma revolução é dar às pessoas
algo a perder. Seria necessário dar conotação política
aos distúrbios da nutrição, ao relacionamento extraordinariamente
intenso das jovens com as imagens e à inPARA
ALEM DO MITO DA BELEZA 375
fluência dessas imagens sobre a sua sexualidade. Seria preciso
convencê-las de que não se tem muito direito sobre
o próprio corpo quando não se pode comer. Seria necessário
analisar a propaganda antifeminista herdada por essas
jovens e lhes dar instrumentos para não se deixarem
enganar por ela, incluindo-se argumentos para enfrentá-la.
Embora transmitisse intacta a tradição do feminismo, ela
precisaria ser, como são todas as ondas do feminismo,
um movimento de base. Por mais sábio que seja o conselho
da mamãe, nós sempre ouvimos as colegas, nossas
iguais. Ela teria de incluir em seu projeto comemorações
alegres, expansivas, barulhentas, em igual proporção com
o trabalho sério e o esforço renhido. Tudo isso pode começar
a partir da rejeição da mentira perniciosa que está
paralisando as jovens; a mentira chamada de pósfeminismo,
a santa esperança de que todas as batalhas
foram ganhas. Essa palavra assustadora está fazendo com
que as jovens que se deparam com os mesmos velhos problemas
mais uma vez ponham a culpa em si mesmas —
já que tudo foi acertado, não foi? Ela as priva das armas
da teoria e faz com que se sintam sós de novo. Jamais
falamos com complacência da era pós-democrática. Sabemos
que a democracia é um ser vivo e vulnerável que
todas as gerações precisam renovar. O mesmo vale para
aquele aspecto da democracia representado pelo feminismo.
Passemos, portanto, adiante.
Nós aprendemos a ansiar pela "beleza" em sua forma
contemporânea porque estávamos descobrindo ao
mesmo tempo que a luta feminista iria ser muito mais difícil
do que supúnhamos. A ideologia da "beleza" era
um atalho prometendo a nós, agitadoras, um placebo histórico,
que poderíamos ser confiantes, valorizadas, ouvidas
com atenção, respeitadas e que poderíamos fazer
exigências sem medo. (Na realidade, é duvidoso que a "beleza"
fosse o verdadeiro desejo. Nós mulheres podemos
querer a "beleza" para termos condição de voltar para
dentro dos nossos corpos e ansiamos pela perfeição para
podermos esquecer essa coisa toda. A maioria das mu376
O MITO DA BELEZA
lheres, no íntimo, se lhes fosse dada a escolha, preferiria
um eu sexual e corajoso e não a imposição de um Outro
eu lindo e genérico.)
Os textos dos anúncios de produtos de beleza prometem
esse tipo de coragem e liberdade — "Trajes de praia
para as belas e corajosas"; "Uma aparência nova, destemida";
"Um destemor natural"; "Pensamento radical";
"Asas da Liberdade — para a mulher que não tem medo
de abrir a boca e se destacar". Essa coragem e confiança
não se concretizarão enquanto não pudermos nos apoiar
nos ganhos materiais que só podem ser alcançados quando
considerarmos as outras mulheres como nossas aliadas
e não como nossas concorrentes.
A década de 1980 tentou nos subornar com promessas
de soluções individuais. Chegamos ao limite do que
pode ser feito em prol do progresso feminino pela versão
individualista do mito da beleza, e ele não é suficiente.
Seremos, para sempre, 2% dos executivos de alto nível,
5% dos professores catedráticos e 5% dos sócios majoritários
se não nos unirmos para essa próxima grande investida.
É óbvio que malares proeminentes e bustos mais
firmes não nos proporcionarão o que precisamos para ter
visibilidade e confiança de verdade. Somente um compromisso
renovado com os aspectos básicos do progresso político
feminino — com programas de creches, leis antidiscriminatórias
eficazes, licença-maternidade, opção pela
reprodução, salários justos e penas genuínas por violência
sexual — suprirá essa necessidade. Não teremos tudo
isso enquanto não nos identificarmos com os interesses
das outras mulheres, e não permitirmos que a nossa solidariedade
natural supere os obstáculos à organização originados
pela rivalidade e competição provocadas artificialmente
em nós pela reação do sistema contra o
feminismo.
A terrível verdade é que, mesmo que o mercado promovesse
o mito, ele não teria poder algum se as mulheres
não o utilizassem umas contra as outras. Para qualquer
mulher poder superar o mito, ela precisará do apoio de
PARA ALÉM DO MITO DA BELEZA 377
muitas mulheres. A mudança mais difícil, porém mais necessária,
não virá dos homens nem da mídia, mas das mulheres
— da forma pela qual encaramos as outras mulheres
e nos comportamos com relação a elas.
Colaboração entre gerações
Os vínculos entre as gerações de mulheres precisam ser
refeitos se quisermos todas nos salvar do mito da beleza
e salvar o avanço das mulheres do seu destino histórico
— o da periódica reinvenção da roda. Gill Hudson, editora
de Company, revela a extensão da influência da reação
do sistema contra o feminismo entre as jovens. Ela
declara que as mulheres jovens "não querem de forma
alguma ser conhecidas como feministas" porque "o feminismo
não é considerado sexy". Seria triste e absurdo
que as mulheres do futuro próximo tivessem de lutar de
novo as mesmas batalhas de antes, desde o início, só por
causa do isolamento entre as mulheres mais novas e as
mais velhas. Seria patético se as mulheres jovens tivessem
de começar tudo de novo por termos sido enganadas
por uma campanha pouco original que nos últimos
vinte anos descreveu o movimento das mulheres como
"desinteressante sob o aspecto sexual", campanha esta
que tinha como objetivo ajudar as jovens a esquecer, para
começar, quem lutou para que o sexo fosse sexy.
Como as jovens não serão encorajadas pelas nossas
instituições a estabelecer essas relações, só poderemos superar
o mito se explorarmos ativamente modelos mais úteis
do que os que as revistas femininas nos fornecem. Temos
uma urgente necessidade de contato entre as gerações. Precisamos
ver o rosto das mulheres que possibilitaram a nossa
liberdade. Elas precisam ouvir nosso agradecimento.
As mulheres jovens vivem perigosamente "sem mãe", sem
proteção, sem orientação, sob o ponto de vista institucio378
O MITO DA BELEZA
nal, e precisam de modelos e mentoras. O trabalho e a
experiência das mulheres mais velhas ganham abrangência
e influência quando transmitidos a alunas, aprendizes,
protégées. No entanto, as duas gerações terão de resistir
a impulsos que se entranharam de fora para dentro
contra a colaboração entre as gerações. Se somos jovens,
estamos bem treinadas para evitar a identificação com as
mulheres mais velhas. Se somos mais velhas, tendemos
a ser um pouco rigorosas com as mais novas, encarando-as
com impaciência e desdém. O mito da beleza foi projetado
artificialmente para lançar as gerações das mulheres umas
contra as outras. Nosso fortalecimento consciente desses
vínculos devolve ao nosso ciclo vital a integridade que o
mito da beleza desejaria impedir que descobríssemos.
Dividir e conquistar
O fato é que as mulheres, na realidade, não oferecem perigo
umas às outras. Fora dos limites do mito, as outras
mulheres dão uma boa impressão de ser aliadas naturais.
Para que as mulheres aprendessem a se temer mutuamente,
tivemos de ser convencidas de que as nossas irmãs possuem
alguma arma secreta, misteriosa e poderosa que será
usada contra nós — sendo essa arma imaginária a
"beleza".
A essência do mito — e motivo pelo qual ele foi tão
útil no combate ao feminismo — está em sua capacidade
de dividir. É possível vê-lo e ouvi-lo em toda parte. "Não
me odeie por eu ser linda" (L'Oréal). "Eu realmente detesto
minha professora de aeróbica. Acho que o ódio é
uma boa motivação." "Você a odiaria. Ela tem de tudo."
"As mulheres que saem lindas da cama realmente me irritam."
"Você não odeia as mulheres que podem comer
dessa forma?" "Nenhum poro. Chega a dar enjôo." "Alta,
loura. Você não sente vontade de matá-la?" A rivaliPARA
ALÉM DO MITO DA BELEZA 379
dade, o ressentimento e a hostilidade provocadas pelo mito
da beleza são profundos. É comum que irmãs se lembrem
com mágoa de uma ser designada "a bonita". Muitas mães
têm dificuldades de encarar o crescimento das filhas. A
inveja entre as melhores amigas é uma cruel realidade do
amor feminino. Mesmo mulheres que são amantes descrevem
uma competição pela beleza. É doloroso para as
mulheres falarem da beleza porque, sob o domínio do mito,
o corpo de uma mulher é usado para magoar uma outra.
O nosso rosto e o nosso corpo se transformam em
instrumentos para castigar outras mulheres, muitas vezes
usados sem o nosso controle e contra a nossa vontade.
Atualmente, a "beleza" é um sistema econômico no qual
algumas mulheres descobrem que o "valor" do seu rosto
e do seu corpo entra em choque com o de outras mulheres,
apesar da sua vontade. Essa comparação constante,
na qual o valor de uma mulher flutua por meio da presença
de uma outra, divide e conquista. Ela força as mulheres
a uma crítica penetrante das "escolhas" que outras
mulheres fazem com relação à aparência. No entanto,
esse sistema que lança as mulheres umas contra as outras
não é inevitável.
Para superar essa capacidade de divisão, as mulheres
terão de destruir um grande número de tabus que proíbem
que se fale dela, incluindo aquele que não permite
que as mulheres falem do lado escuro de ser tratada como
um belo objeto. Em meio a dezenas de mulheres a
quem ouvi, é claro que a intensidade da dor que uma dada
mulher sofre através do mito da beleza não tem absolutamente
nenhuma relação com a sua aparência em comparação
com um ideal cultural. (Nas palavras de uma famosa
modelo de moda: — Quando saí na capa da Vogue
italiana, todos me disseram como eu estava linda. Eu só
pensava, "Não posso acreditar que não estejam vendo todas
aquelas rugas".) As mulheres que encarnam a Donzela
de Ferro podem ser vítimas do mito tanto quanto as
que são submetidas às suas imagens. O mito pede às mulheres
que sejam ao mesmo tempo cegamente hostis à "be380
O MITO DA BELEZA
leza" nas outras mulheres e cegamente invejosas dessa
mesma "beleza". Tanto a hostilidade quanto a inveja beneficiam
o mito e prejudicam todas as mulheres.
Enquanto a mulher "linda" fica por um curto período
no topo do sistema, é claro que isso está longe de
ser o divino estado de graça que o mito divulga. O prazer
gerado por uma mulher se transformar em um objeto
de arte vivo, o ruído nos ouvidos e o delicado borrifo da
admiração na superfície da pele, é um certo tipo de poder,
especialmente quando o poder está em falta. Ele não
é muito, porém, se for comparado ao prazer de voltar para
sempre para dentro do próprio corpo; o prazer de descoberta
do orgulho sexual, a alegria de uma sexualidade feminina
comum que destruiria as divisões da "beleza";
o prazer de despir a vergonha, o narcisismo e a culpa como
se fossem uma cota de malha; o prazer da liberdade
de esquecer isso tudo.
Somente então as mulheres serão capazes de falar sobre
o que a "beleza" realmente envolve: a atenção de pessoas
desconhecidas, prêmios pelo que não fizemos, sexo
com homens que querem nos alcançar como se fôssemos
um aro dourado num carrossel, hostilidade e ceticismo
por parte das outras mulheres, a adolescência que se amplia
além dos seus limites, o envelhecimento cruel e uma
luta longa e árdua em busca da identidade. Aprenderemos,
também, que o que é bom em relação à "beleza"
— a promessa da confiança, da sexualidade e do amorpróprio
de uma individualidade saudável — consiste realmente
em qualidades que não têm nada a ver com a "beleza"
especificamente, mas que todas as mulheres merecem
e, à medida que o mito for sendo desfeito, estarão
à disposição de todas elas. O melhor que a "beleza" oferece
nos pertence de direito por sermos mulheres. Quando
separarmos a "beleza" da sexualidade, quando festejarmos
a individualidade das nossas feições e das nossas
características, teremos acesso a um prazer em nossos corpos
que nos una em vez de nos dividir. O mito da beleza
passará à história.
PARA ALEM DO MITO DA BELEZA 381
Entretanto, enquanto continuarmos censurando umas
nas outras as verdades acerca das nossas experiências, a
"beleza" permanecerá mistificada e ainda mais útil para
aqueles que desejam nos controlar. A realidade inaceitável
é a de vivermos sob um sistema de castas. Ele não é
inato e permanente; não se baseia no sexo, em Deus ou
em Jesus Cristo. Ele pode e deve ser transformado. A situação
está fechando o cerco, e já não sobra muito tempo
para adiar a conversa.
Quando a conversa começar, as barreiras artificiais
do mito passarão a se desfazer. Saberemos que, só porque
uma mulher tem uma bela aparência, isso não quer
dizer que ela se sinta assim; e ela pode se sentir linda, sem
dar essa impressão ao primeiro olhar. Mulheres magras
podem se sentir gordas; as jovens um dia envelhecerão.
Quando uma mulher olha para outra, ela não tem a menor
possibilidade de saber qual é a imagem íntima que
aquela mulher faz de si mesma. Embora ela desperte inveja
por aparentar estar no controle da situação, ela pode
estar passando fome. Embora ela transborde das roupas,
pode estar invejavelmente satisfeita sob o aspecto sexual.
Uma mulher pode ser corpulenta por ter um amorpróprio
elevado ou baixo demais. Ela pode cobrir o rosto
com maquiagem pelo desejo de namorar escandalosamente
ou pelo desejo de se esconder. Todas as mulheres
já passaram pela experiência de serem tratadas relativamente
bem ou mal de acordo com a sua cotação do dia.
Embora isso gere enorme confusão no sentido de identidade
de uma mulher, também significa que as mulheres
em geral têm acesso a um leque de experiências muito mais
amplo do que a "beleza" fotografada nos levaria a crer.
Podemos acabar descobrindo que a forma pela qual interpretamos
as aparências hoje em dia nos diz pouco, e
que temos, independentemente da nossa aparência, o mesmo
espectro de sentimentos: às vezes agradáveis, às vezes
desagradáveis, sempre femininos, numa integração comum
que supera as grades infinitas que o mito da beleza
tenta criar entre nós.
382 O MITO DA BELEZA
As mulheres culpam os homens por olhar sem escutar.
Mas nós fazemos o mesmo; talvez ainda mais do que
eles. Temos de parar de interpretar a aparência umas das
outras como se a aparência fosse uma linguagem, um compromisso
político, valor ou agressão. É muitíssimo possível
que o que uma mulher queira dizer às outras seja
muito mais complexo e cheio de compreensão do que a
mensagem truncada da sua aparência lhe permite transmitir.
Comecemos com uma reinterpretação da "beleza"
que negue a competição, a hierarquia e a violência. Por
que motivo o orgulho e o prazer de uma mulher têm de
representar a dor para outra mulher? Os homens somente
entram em competição no campo sexual quando estão
concorrendo nesse campo, mas o mito coloca as mulheres
em competição "sexual" em qualquer situação. É rara
a competição por um parceiro sexual específico. Como
geralmente não se trata de uma competição "pelos homens",
ela não é inevitável do ponto de vista biológico.
Nós mulheres competimos assim "pelas outras mulheres"
em parte por sermos devotas da mesma seita e
em parte para preencher, mesmo que temporariamente,
o buraco negro criado pelo mito já de início. A concorrência
hostil pode muitas vezes comprovar o que a atual
organização sexual reprime: a nossa atração física mútua.
Se redefinirmos a sexualidade de forma a afirmar a
atração que existe entre nós, o mito não nos incomodará
mais. A beleza das outras mulheres não será uma ameaça
ou um insulto, mas um prazer e uma homenagem. Nós
poderemos nos vestir e nos adornar sem medo de magoar
e trair outras mulheres, ou de sermos acusadas de falsas
lealdades. Poderemos, então, nos enfeitar para festejar o
prazer compartilhado do corpo feminino, agindo assim
"para as outras mulheres", numa oferta positiva, e não
negativa, do eu.
Quando nos permitirmos a vivência dessa atração física,
o mercado não mais poderá lucrar com a sua representação
dos desejos dos homens. Nós, sabendo em priPARA
ALEM DO MITO DA BELEZA 383
meira mão que a atração por outras mulheres surge sob
muitas formas, não acreditaremos mais que as qualidades
que nos tornam desejáveis sejam um mistério lucrativo.
Através da transformação dos nossos preconceitos
mútuos, teremos os meios para dar início a uma vivência
da beleza sem competição. A ' 'outra mulher" é representada
pelo mito como um perigo desconhecido. "Venha
conhecer a outra mulher", diz uma propaganda de tintura
para cabelos da Wella, referindo-se à imagem que
a mulher terá "depois". A idéia é que a "beleza" transforma
uma outra mulher — mesmo a nossa própria imagem
idealizada — num ser tão desconhecido que se torna
necessária uma apresentação formal. É uma expressão
que sugere ameaças, amantes, glamourosas destruidoras
de relacionamentos.
Destruímos o efeito do mito quando abordamos a
Outra Mulher desconhecida. Como as nossas experiências
comuns da demonstração de interesse se originam na
maioria das vezes de homens reagindo à nossa beleza, não
é de surpreender que mulheres que nos observam em silêncio
possam nos ser apresentadas como antagonistas.
Podemos diluir essa suspeita e essa distância. Por que
não devemos ser galantes, cavalheirescas e sedutoras umas
com as outras? Vamos nos encantar mutuamente com um
pouco daquela atenção esfuziante que com muita freqüência
reservamos exclusivamente para os homens: vamos nos
elogiar mutuamente, demonstrar a nossa admiração. Podemos
entrar em contato com a Outra Mulher — olhar
nos seus olhos, dar-lhe uma carona quando ela pede, abrir
a porta quando está difícil para ela. Quando nos aproximamos
na rua e damos, ou recebemos, aquele olhar defensivo,
desconfiado, da cabeça aos pés, e se deixássemos
os nossos olhos encarar os da outra? E se déssemos um
sorriso?
Esse movimento no sentido de uma visão da beleza
sem competição já está avançando. O mito sempre negou
às mulheres a honra. Aqui e ali, as mulheres estão
384 O MITO DA BELEZA
elaborando códigos de honra que as protejam dele. Nós
nos abstemos de críticas fáceis. Nós nos derramamos em
elogios autênticos. Evitamos elegantemente situações em
que a nossa beleza esteja sendo usada para prejudicar outras
mulheres. Recusamo-nos a lutar por qualquer atenção
masculina. Uma candidata ao título de Miss Califórnia
em 1989 tira do seu maiô uma flâmula que diz OS
CONCURSOS DE BELEZA PREJUDICAM TODAS
AS MULHERES. Uma atriz de cinema conta que, ao fazer
uma cena de nudez, recusou-se, num gesto de consideração
para com as mulheres na platéia, a primeiro moldar
o corpo pela ginástica. Já estamos começando a descobrir
meios de não sermos rivais e de não sermos instrumentos.
Essa nova perspectiva transforma não a nossa aparência,
mas a nossa forma de ver. Começamos a ver o
rosto e o corpo das outras mulheres pelo que são, já sem
a superposição da Donzela de Ferro. Tomamos fôlego
quando vemos uma mulher rir. Alegramo-nos intimamente
quando vemos uma mulher com um andar majestoso.
Sorrimos para o espelho, vemos as rugas que se formam
nos cantos dos nossos olhos e, satisfeitas com essa imagem,
sorrimos mais uma vez.
Embora as mulheres possam transmitir essa nova
perspectiva umas para as outras, aceita-se de bom grado
a participação dos homens na derrubada do mito. E certo
que alguns homens abusaram do mito da beleza contra
as mulheres, da mesma forma que alguns homens abusaram
dos punhos. Existe, porém, uma firme conscientização
entre os dois sexos no sentido de que os verdadeiros
agentes que fazem vigorar o mito hoje em dia não são
os homens enquanto indivíduos, maridos ou amantes, mas
as instituições que dependem do domínio masculino. Ambos
os sexos parecem estar descobrindo que a força total
do mito deriva pouco das relações sexuais particulares e
muito do megálito cultural e econômico "lá fora", no domínio
público. Cada vez mais, ambos os sexos sabem que
estão sendo enganados.
PARA ALÉM DO MITO DA BELEZA 385
Ajudar as mulheres a desestruturar o mito é, no entanto,
algo do próprio interesse dos homens em um nível
mais profundo. A próxima será a vez deles. Os anunciantes
recentemente perceberam que o enfraquecimento da confiança
sexual funciona seja qual for o sexo do consumidor.
Segundo The Guardian, "os homens estão preferindo
olhar para o espelho do que para as garotas. Homens
lindos podem ser vistos hoje em dia vendendo de tudo..."
Usando imagens da subcultura homossexual masculina,
a propaganda começou a retratar o corpo masculino num
mito da beleza próprio. Conforme essas imagens se concentram
mais na sexualidade masculina, elas prejudicarão
o amor-próprio sexual dos homens em geral. Como
os homens têm um condicionamento ainda maior para
se separarem dos seus corpos, e para competir em níveis
de excesso desumanos, seria concebível que a versão masculina
pudesse prejudicar os homens ainda mais do que
a versão feminina prejudicou as mulheres.
Alguns psiquiatras estão prevendo um aumento nas
estatísticas masculinas de distúrbios da alimentação. Agora
que os homens estão sendo vistos como um mercado
virgem a abrir as suas portas do ódio de si mesmo, começaram
a surgir imagens que dizem aos homens heterossexuais
as mesmas meias-verdades, sobre o que as mulheres
querem e como elas vêem, tradicionalmente transmitidas
às mulheres heterossexuais a respeito dos homens.
Se eles caírem nessa armadilha e ficarem presos, isso não
será uma vitória para as mulheres. Na realidade, ninguém
sairá ganhando.
Também é do interesse dos homens desfazer o mito
porque a sobrevivência do planeta depende disso. A terra
já não tem como suportar uma ideologia de consumo
baseada no desperdício insaciável da insatisfação material
e sexual. Precisamos começar a tirar uma satisfação
duradoura daquilo que consumimos. Nosso planeta é considerado
feminino, uma dadivosa Mãe Natureza, da mesma
forma que o corpo feminino é considerado infinitamente
alterável pelo homem e para o homem. Estamos
386 O MITO DA BELEZA
servindo tanto a nós mesmas quanto às nossas esperanças
para o planeta ao insistir numa nova realidade feminina
na qual se baseie uma nova metáfora para a terra:
a do corpo feminino com sua integridade orgânica que
deve ser respeitada.
A crise ambiental exige uma nova forma de pensar
que seja comunitária, coletiva e não antagônica; e precisamos
dela com urgência. Podemos rezar e esperar que
as instituições masculinas desenvolvam esse raciocínio sofisticado
e desconhecido dentro dos próximos anos. Ou
podemos recorrer à tradição feminina, que o aperfeiçoa
há mais de cinco mil anos, e adaptá-lo à esfera pública.
Já que o mito da beleza elimina a tradição feminina, mantemos
em aberto uma opção crucial para o planeta quando
lhe oferecemos resistência.
Também mantemos em aberto opções para nós mesmas.
Não precisamos transformar os nossos corpos, precisamos
transformar as regras. Para além dos limites do
mito, nós ainda seremos culpadas pela nossa aparência
por aqueles que precisam nos culpar. Vamos, portanto,
parar de nos culpar, parar de correr e de pedir desculpas,
para começar de uma vez por todas a fazer o que
quisermos. Sob o domínio do mito, a mulher "linda"
não sai ganhando. Ninguém mais sai ganhando. Nem
a mulher que fica sujeita à contínua adulação por parte
de estranhos, nem aquela que se nega qualquer tipo de
atenção. Não sai ganhando a mulher que usa uniforme,
nem a que tem um traje exclusivo para cada dia do ano.
Não sai ganhando quem se esforça para atingir o ápice
de um sistema de castas, mas, sim, quem se recusa terminantemente
a ficar preso dentro de um sistema desses.
Sai ganhando a mulher que se considera linda e que
desafia o mundo a se transformar para poder realmente
vê-la.
Sai ganhando a mulher que se dá, bem como às outras
mulheres, a permissão de comer; de despertar interesse
sexual; de envelhecer; de usar macacão, uma tiara
de pedras falsas, um vestido de Balenciaga, uma estola
PARA ALEM DO MITO DA BELEZA 387
de segunda mão, ou botas de combate; de se esconder toda
ou de sair praticamente nua; de fazer o que bem quiser
seguindo a nossa própria estética ou a ignorando. A mulher
sai ganhando quando percebe que o que cada mulher
faz com o seu próprio corpo — sem coação, sem violência
— é exclusivamente da sua conta. Quando muitas
mulheres se afastarem desse sistema isoladamente, ele começará
a se dissolver. As instituições, alguns homens e
algumas mulheres continuarão a usar a nossa aparência
contra nós, mas nós não nos deixaremos levar.
Pode existir uma definição da beleza que seja favorável
às mulheres? Claro que sim. O que está faltando
é uma atitude de brincadeira. O mito da beleza é prejudicial,
grave e circunspecto porque muita coisa, um excesso
de coisas, depende dele. O prazer da brincadeira está
em não existir importância. Uma vez que se esteja jogando
a dinheiro, qualquer que seja o valor, o jogo passa a ser
uma guerra ou uma jogatina compulsiva. No mito, tratouse
de um jogo pela vida, por um amor questionável, por
uma sexualidade desesperada e desonesta e sem a possibilidade
da escolha de não aceitar regras desconhecidas.
Sem escolha, sem livre-arbítrio, sem a frivolidade, não era
um jogo de verdade.
Para nos salvar, porém, podemos imaginar uma vida
num corpo que não tenha o peso do valor; uma pantomima,
uma teatralidade voluntária que brota da abundância
de amor a nós mesmas. Uma redefinição da beleza
que seja favorável às mulheres reflete as nossas redefinições
do que é o poder. Quem disse que precisamos de
uma hierarquia? Ali onde eu vejo a beleza pode ser que
você não veja. Algumas pessoas parecem mais desejáveis
a mim do que a você. E daí? A minha percepção não tem
nenhuma autoridade sobre a sua. Por que a beleza deveria
ser exclusiva? A admiração pode incluir tantos aspectos.
Por que a raridade impressiona? O alto valor da raridade
é um conceito masculino, que tem mais a ver com
o capitalismo do que com o desejo. Qual é a graça de desejar
mais o que não pode ser encontrado? Em compara388
O MITO DA BELEZA
ção, as crianças são muito comuns, sendo, mesmo assim,
altamente valorizadas e consideradas bonitas.
Como as mulheres poderiam agir para além dos limites
do mito da beleza? Quem saberia dizer? Talvez nós
deixássemos nossos corpos engordar e emagrecer, apreciando
as variações sobre o tema, e evitaríamos a dor porque,
quando alguma coisa dói, ela começa a nos parecer
feia. Quem sabe não passemos a nos enfeitar com verdadeiro
prazer, com a impressão de estarmos adornando o
que já é lindo. Talvez, quanto menor for a dor a que submetamos
o nosso corpo, tanto mais bonito ele nos pareça.
Talvez esqueçamos de levar estranhos a nos admirarem,
e descubramos que isso não nos faz nenhuma falta.
Talvez aguardemos o envelhecimento do nosso rosto com
expectativa positiva e nos tornemos incapazes de considerar
o nosso corpo um monte de imperfeições, já que
não há nada em nós que não nos seja precioso. Pode ser
que não queiramos mais ser a mulher do "depois".
Por onde começar? Vamos perder a vergonha. Ser
vorazes. Procurar o prazer. Evitar a dor. Vestir, tocar, beber
e comer o que tivermos vontade. Ser tolerantes com
as escolhas das outras mulheres. Perseguir o sexo que quisermos
e lutar ferozmente contra o que não quisermos.
Escolher as nossas próprias causas. E, depois de superarmos
e transformarmos as regras de tal forma que o nosso
sentido da beleza não possa ser abalado, vamos cantar
essa beleza, embelezá-la, exibi-la e nos deleitar com
ela. Numa política sensual, ser mulher é bonito.
Uma definição da beleza que tenha amor pelas mulheres
supera o desespero com a brincadeira, o narcisismo
com o amor a si mesmo, o despedaçamento com a
inteireza, a ausência com a presença, a inércia com a animação.
Ela admite que as pessoas sejam radiantes: que
essa luz seja emitida pelo rosto e pelo corpo, em vez de
ser uma luz dirigida para o corpo, ocultando o eu. Essa
luz é sexy, variada e surpreendente. Seremos capazes de vêla
em outras mulheres sem medo e afinal poderemos vê-la
em nós mesmas.
PARA ALÉM DO MITO DA BELEZA 389
Na geração passada, Germaine Greer fazia uma pergunta
acerca das mulheres. "O que vocês irão fazer?" O
que as mulheres fizeram resultou em um quarto de século
de revolução social cataclísmica. A próxima fase do
nosso progresso como indivíduos, como uma união de
mulheres e como habitantes do nosso corpo e deste planeta
depende agora do que decidirmos ver quando olharmos
no espelho.
O que iremos ver?
AGRADECIMENTOS
Devo este livro ao apoio da minha família: Leonard, Deborah
e Aaron Wolfe, Daniel Goleman, Tara Bennet-
Goleman, Anasuya Weil e Tom Weil. Agradecimentos especiais
à minha avó, Fay Goleman, cuja vida — como
pioneira do atendimento a famílias, professora universitária,
esposa, mãe e feminista precoce — é uma contínua
fonte de inspiração, e de cujo estímulo infatigável dependi.
Sou grata a Ruth Sullivan, Esther Boner, Lily Rivlin, Michele
Landsberg, Joanne Stewart, Florence Lewis, Patrícia
Pierce, Alan Shoaf, Polly Shulman, Elizabeth Alexander,
Rhonda Garelick, Amruta Slee e Barbara Browning
por suas vitais contribuições à minha obra. Jane Meara
e Jim Landis foram muito generosos em sua ponderada
atenção editorial. Colin Troup foi uma fonte sempre disponível
de diversão, troca de idéias e ajuda. Reconheço
também meu débito para com as teóricas da feminilidade
da segunda onda, sem cujas lutas com essas questões
eu não teria podido começar a minha própria